Rio de Janeiro, 08 de Dezembro de 2025

Derrota na reforma da Previdência desgasta Temer junto ao Congresso

Na tentativa desesperada de atender aos investidores, Planalto requenta pauta econômica no Congresso. Expediente irritou o presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ).

Quinta, 22 de Fevereiro de 2018 às 11:58, por: CdB

Na tentativa desesperada de atender aos investidores, Planalto requenta pauta econômica no Congresso. Expediente irritou o presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ).

 

Por Redação - de Brasília

 

Em situação de confronto aberto com o Palácio do Planalto, que viu uma oportunidade para valorizar o presidente de facto, Michel Temer, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), faz um discurso cada vez mais inóspito ao emedebista. Temer encerrou qualquer esforço para aprovar a reforma da Previdência; com o decreto de intervenção militar no Estado do Rio de Janeiro. Nesta quinta-feira, Maia disse que já pediu a técnicos da Casa que estudem alternativas que enfrentem a questão das despesas do Estado diante da perspectiva de graves problemas fiscais no próximo ano.

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Presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) reclama da pressão do Planalto sobre o Congresso

A tarefa, em princípio, deveria caber a equipe econômica de Temer, mas o confronto entre os Poderes se agrava. Maia estuda até a margem de risco para a quebra da regra de ouro das contas públicas.

Em entrevista a jornalistas, após se reunir com a presidente Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, Maia disse que é preciso aprofundar a discussão sobre os gastos públicos. Ainda assim, Maia diz que manterá a agenda de reorganização das despesas do Estado.

Ele também sinalizou que dará seguimento à tramitação de matérias de interesse do governo, apesar do mal-estar causado pelo anúncio do Planalto de uma pauta prioritária, considerado um “abuso” pelo deputado.

Novos impostos

Em entrevista a jornalistas na Câmara, Maia garantiu que o projeto de reoneração da folha de pagamento deve ser votado na próxima semana ou na seguinte e que o projeto de privatização da Eletrobras também terá seguimento na Casa.

— Eu não saí da minha agenda de reorganizar as despesas, quem saiu foi o governo. A reoneração da folha a gente vai votar... se não for na próxima semana, na outra — desconversou.

O parlamentar explicou que na semana que vem a comissão que trata da proposta da privatização da Eletrobras deve começar seus trabalhos.

— Até o dia 15 de abril o relator acha que consegue votar na comissão — calcula.

Eletrobras

Maia também citou como matérias “prontas para caminhar” a que trata do cadastro positivo e outra sobre a duplicata eletrônica.

O presidente da Câmara alertou ainda que a Casa não aprovará a criação de novos impostos. Ele foi questionado sobre a possibilidade de instituição de uma contribuição voltada para a segurança pública.

O governo anunciou na segunda-feira uma lista de matérias prioritárias na área econômica. Muitas delas já tramitam no Congresso e enfrentam dificuldades de aprovação; a privatização da Eletrobras, entre elas. E, também, a redução da desoneração da folha e a reforma do PIS/Cofins, na opinião de outra liderança da base governista.

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