Rio de Janeiro, 16 de Março de 2025

Delegado pede prisão de envolvidos em desaparecimento de sem-terras

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Quinta, 21 de Dezembro de 2017 às 12:43, por: CdB

A autarquia informou aguardar o resultado definitivo da ação para definir a possível destinação do imóvel rural que, garante, está localizado em área pública federal

Por Redação, com ABr - de Brasília:

O delegado de polícia que coordena a investigação sobre o desaparecimento de três trabalhadores rurais sem terra em uma área de conflito fundiário de Canutama (AM) pediu à Justiça do Amazonas a prisão preventiva de dois produtores rurais cujos nomes ainda não foram revelados. Titular da Delegacia Interativa de Polícia de Humaitá (AM), o delegado Teotônio Rego também solicitou autorização para realizar buscas e apreensões em endereços ligados aos suspeitos de envolvimento no desaparecimento.

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O grupo reivindica a destinação da área para a reforma agrária

Os pedidos ainda vão ser apreciados pela juíza Sheilla Jordana de Salles, titular da Vara da Anamã (AM); que desde maio deste ano responde cumulativamente pela Vara de Canutama, município de pouco mais de 15 mil habitantes; localizado a cerca de 620 quilômetros de Manaus (AM) e a pouco mais de 50 quilômetros de Porto Velho (RO).

Segundo a Polícia Civil do Amazonas, testemunhas afirmam que Flávio Lima de Souza; Marinalva Silva de Souza e Jairo Feitoza Pereira desapareceram no último dia 14; quando vistoriavam parte da propriedade rural ocupada por sem-terras desde 2015. O grupo reivindica a destinação da área para a reforma agrária.

Ex-chefe de brigada do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio); Flávio preside uma associação de moradores da qual Marinalva é a vice-presidente. Jairo é um dos integrantes do assentamento Arara.

Na quarta-feira, 11 militares do Exército assumiram as buscas pelos três desaparecidos que, segundo parentes e amigos; conheciam muito bem a região e dispunham de aparelhos de localização GPS - o que torna remota a chance de os três estarem perdidos.

Equipes

Equipes dos distritos integrados de Polícia (DIPs) de Humaitá e de Canutama receberam o reforço do Comando de Operações Especiais (COE) da Polícia Militar do Amazonas e de uma equipe da perícia técnica de Rondônia. Em nota, o delegado Teotônio Rego afirmou; que as equipes trabalham com o objetivo de encontrar Flávio, Marinalva e Jairo com vida. Mas lembrou que a área de buscas é de difícil acesso.

De acordo com uma das coordenadoras da Comissão Pastoral da Terra (CPT) em Rondônia, Maria Petronila Neto, Flávio chegou a procurar a CPT em Porto Velho, no início do mês, para pedir ajuda de outros movimentos sociais. “Ele disse que tinha recebido ameaças de funcionários da fazenda, que pertence a uma madeireira. A Marinalva até registrou um boletim de ocorrência na ocasião, denunciando as ameaças ao grupo”.

A Ouvidoria

A Ouvidoria Agrária Nacional do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra); informou estar acompanhando a situação desde que o desaparecimento dos três sem-terra se tornou público.

Em nota, o Incra esclareceu que a Justiça Federal já concedeu uma decisão liminar (provisória); favorável ao cancelamento do que o Incra classifica como “o registro irregular” da propriedade do imóvel conhecido como Igarapé das Araras; que os sem-terra reivindicam que seja destinado ao assentamento de famílias de trabalhadores rurais cadastradas.

A autarquia informou aguardar o resultado definitivo da ação para definir a possível destinação do imóvel rural que; garante, está localizado em área pública federal.

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