A Daimlerchrysler anunciou nesta quarta-feira que cortará 13 mil empregos da filial Chrysler, e que não descarta "nenhuma opção", incluindo a venda desta, depois de ter registrado fortes perdas em 2006.
O corte de vagas, que supera em 3 mil o número inicialmente previsto, representará a eliminação de 16% dos funcionários que o grupo Daimlerchrysler possui na região da América do Norte, explicaram os diretores da empresa em entrevista coletiva em Auburn Hills (Michigan).
Por trás desta decisão está a má evolução da filial no ano passado, quando registrou perdas operativas de 1,119 bilhão (US$ 1,448 bilhão), em relação ao lucro registrado em 2005. No entanto, os resultados decepcionantes da Chrysler levaram a companhia a adotar um amplo pacote de medidas de reestruturação, com o qual espera fazer uma economia de US$ 4,5 bilhões, além de conseguir voltar aos números positivos em 2008, anunciou à imprensa o presidente da empresa nos Estados Unidos, Tom LaSorda.
A Chrysler não é a única empresa automobilística que optou por este caminho, visto que seus dois principais concorrentes, Ford e General Motors, anunciaram em conjunto cortes de cerca de 30 mil funcionários.
No encontro com a imprensa, LaSorda foi o encarregado de divulgar os planos de reestruturação, apesar de ter sido seu superior, o presidente e CEO da Daimlerchrysler, Dieter Zetsche, que falou sobre o futuro da filial. Zetsche revelou que o grupo estava analisando diversas "opções estratégicas" para a filial, e garantiu que "nenhuma opção" estava descartada.
A afirmação foi interpretada pelos analistas como uma possível venda da Chrysler. Tal medida poria fim à tentativa da Daimler de realizar uma integração total com a empresa americana, que comprou há nove anos.
Além do corte de funcionários, a Chrysler fechará a fábrica de montagem de Newark, no Delaware, em 2009. Porém, neste ano já eliminará um dos turnos de trabalho, assim como fará com a fábrica de caminhões de Warren, em Michigan. Com estas medidas, a empresa calcula que sua produção anual diminuirá em cerca de 400 mil veículos.
LaSorda também anunciou investimentos de US$ 3 bilhões no desenvolvimento de componentes básicos do motor e no sistema de transmissão dos novos carros, para torná-los mais limpos e eficientes, e assim ganhar uma parcela de mercado dos seus concorrentes, neste novo contexto de preços de combustíveis altos.
Entre as novidades anunciadas, está o lançamento do primeiro carro híbrido da companhia em 2008. No conjunto do ano de 2006, o fabricante aumentou seu lucro líquido para 3,2 bilhões (US$ 4,16 bilhões), 14,3% a mais que em 2005.
A Daimlerchrysler conseguiu o feito graças ao lucro do grupo Mercedes, que compensou as
perdas da americana Chrysler. O grupo automobilístico tem duas sedes centrais, uma em Untertürkheim (em Stuttgart, oeste da Alemanha) e outra em Auburn Hill (Michigan).
Crise faz <i>Chrysler</i> cortar 13 mil empregos em três anos
Quarta, 14 de Fevereiro de 2007 às 18:47, por: CdB