Mais de 19 milhões de eleitores foram às urnas para escolher seus representantes na Constituinte venezuelana. O país tem um compromisso com a revolução iniciada no governo do comandante Hugo Chávez.
Por Redação, com agências internacionais - de Caracas
Em um ambiente de tranquilidade, mais de 19 milhões de venezuelanos compareceram às urnas, neste domingo, para eleger a Assembleia Constituinte que tende a consagrar o Partido Socialista na condução do governo.
O presidente Nicolás Maduro, herdeiro natural da revolução chavista, garante que a nova aliança entre os eleitores e o governo debelará a crise econômica. A assembléia constituinte foi realizada para restaurar a paz, após quatro meses de protestos da oposição.
Durante os protestos, cerca de 115 pessoas foram mortas. A maioria delas, assassinada por integrantes das forças de ultradireita, que pretendem derrubar o governo. Maduro, que tem recebido o apoio da maioria dos venezuelanos, votou às 6h deste domingo e seguiu adiante, em reunião com os principais líderes revolucionários.
Revolução de Chávez
Diante do número absolutamente majoritário de eleitores favoráveis à eleição, os oposicionistas preferiram não fazer parte do escrutínio. Fugiram das urnas. Distantes da vontade do povo venezuelano, usam os meios de comunicação ligados aos setores fascistas da sociedade para criticar a democracia e o socialismo.
Setores da oposição planejavam manifestações em todo o país durante o dia, mas decidiram realizar protestos pontuais, embora não menos violentos.
Maduro denuncia os governos de direita de todo o mundo e responsabiliza uma "guerra econômica" de seus adversários pelas dificuldades da economia do país. Faltam alimentos e medicamentos e a inflação chega a três dígitos.
O presidente afirma que os protestos da oposição foram impulsionados pelo vandalismo e pela violência arbitrária. Estes somente serão contidos com a Assembleia Constituinte, pontua.
A Venezuela e a História
Para o jornalista brasileiro Breno Altman, editor da revista Samuel, a experiência democrática venezuelana precisa ser vista como uma força política em evolução:
“Que a esquerda dita republicana me perdoe, mas a democracia não pode ser um valor universal para o movimento socialista: quando as classes dominantes rompem com as regras democráticas e o Estado de Direito, levantam-se em intentona contra a soberania popular, a resposta somente pode ser a revolução; que obviamente implica em derrotar os antidemocratas em todos os terrenos. E submete-los, por bem ou por mal, ao poder popular.
Ainda segundo Altman, “a democracia, portanto, é um valor relativo. Somente pode ser preservada quando a burguesia e as forças conservadoras respeitam a soberania popular e seus instrumentos legítimos. Quando as normas do jogo são violadas, a democracia somente pode ser defendida e renascer, repito, pela revolução”, acrescenta.
“Esse é sentido histórico da Constituinte venezuelana”, conclui.