A proposta do governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, de um amplo debate sobre a legalização do uso e comércio de drogas não teve acolhida no Congresso Nacional. Até o deputado Fernando Gabeira (PV-RJ), que já se manifestou claramente favorável à liberalização do uso da maconha, considera o momento inoportuno para discussão.
Gabeira elogiou a postura do governador, ao levantar essa questão, mas ressaltou que tal "debate passa por algumas premissas que não foram cumpridas no Brasil". O deputado citou, por exemplo, a necessidade de o país ter uma polícia mais eficaz e com padrões éticos mais rígidos.
- As pessoas supõem que a legalização (das drogas) seja um 'liberou geral'. Não é isso, é uma outra forma de controle, que só pode ser feito quando se tem uma polícia altamente desenvolvida -, explicou Gabeira.
O senador Aloizio Mercadante (PT-SP) é totalmente contra a proposta feita por Cabral. Para Mercadante, pedir uma discussão sobre a liberação do uso e comércio de drogas mostra que outra proposta do governador fluminense também é inviável: a transferência da responsabilidade de legislar sobre segurança pública para os estados.
- Isso mostra que nós não podemos estadualizar. Temos que ter uma política nacional para os grandes temas da segurança pública. Eu, particularmente, não vejo o menor sentidoem um estado do Brasil legalizar as drogas -, afirmou o senador.
O presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), disse que a legalização das drogas "é uma questão de consciência" do governador do Rio, que convive com o problema no seu estado.
- Isso é totalmente absurdo, e é um problema que está na consciência do governador, porque ele vive, como São Paulo também, o problema com os traficantes onde não há solução e as soluções tomadas até agora não resolveram coisa alguma -, criticou.
Congressistas acham inoportuno debate sobre legalização das drogas
Quinta, 01 de Março de 2007 às 17:02, por: CdB