Segundo o porta-voz, a sede do comitê se encontra na rua Bagdad, bem no meio da área de conflito; o que está obstaculizando o transporte de material médico
Por Redação, com EFE - de Sana:
Pelo menos 125 pessoas morreram e outras 238 ficaram feridas nos enfrentamentos que explodiram na quinta-feira passada entre os rebeldes houthis e as forças leais ao ex-presidente Ali Abdullah Saleh, que rompeu sua aliança com os houthis neste fim de semana, segundo o Comitê Internacional da Cruz Vermelha.
O porta-voz da Cruz Vermelha, Adnan Hazam, afirmou à Agência EFE que esses são os dados; que a organização reuniu dos três hospitais da capital com os quais colabora, os centros Al Kuwait, Al Jumhuriya e Al Zaura.
Segundo o porta-voz, a sede do comitê se encontra na rua Bagdad, bem no meio da área de conflito; o que está obstaculizando o transporte de material médico imprescindível a estes centros.
– Queremos ajudar mais às instalações médicas em Sana, mas o armazém se encontra na área dos combates e foi afetado – disse o pota-voz.
Hazam acrescentou que há informações não confirmadas de que combatentes chegaram a invadir o edifício.
– Agora estamos acompanhando a situação e estamos em contato com as distintas partes para que garantam a segurança dos civis e do pessoal da Cruz Vermelha – declarou.
ONU
O coordenador humanitário da ONU para o Iêmen, Jamie McGoldrick; pediu nesta segunda-feira uma "pausa" nos combates que continuam desde quinta na capital iemenita, Sana; para permitir que os civis recebam tratamento médico, provisões básicas e assistência humanitária.
McGoldrick chamou "todas as partes em conflito a possibilitar uma pausa humanitária no dia 5 de dezembro; entre 10h e 16h local, para permitir que os civis deixem suas casas e busquem assistência e proteção; e para facilitar o movimento dos trabalhadores humanitários ".
– As ruas de Sana se transformaram em um campo de batalha e as pessoas estão presas em suas casas; sem poder sair na busca de segurança ou de cuidados médicos, nem têm acesso a provisões básicas como alimentos; combustível e água potável – denunciou o representante da ONU em comunicado.
O representante destacou que as ambulâncias e as equipes médicas não podem chegar aos feridos devido aos confrontos e; inclusive, alguns deles foram alvo de violência, segundo McGoldrick.
Violência
Em meio à violência, os trabalhadores humanitários não podem se movimentar e nem realizar algumas de suas atividades "para salvar vidas"; acrescentou, enquanto recebem "chamadas desesperadas" de famílias presas em seus bairros sem poder sair devido aos combates.
Além disso, o coordenador lembrou que "os ataques deliberados contra os civis, incluídos pessoal sanitário e humanitário; e contra as infraestruturas médicas e civis são uma violação clara da lei internacional humanitária e podem constituir um crime de guerra".
Ao mesmo tempo, solicitou aos países-membros das Nações Unidas "que tem influência sobre as partes em conflito"; que intervenham a favor da proteção da população civil.