Ele diz que Tom Cruise "é o ponto mais alto da cadeia alimentar", mas o fato é que o ator cômico Jamie Foxx está crescendo nessa cadeia rapidamente, a ponto de rivalizar com Cruise no thriller "Collateral", que estréia na sexta-feira nos Estados Unidos.
De acordo com as primeiras opiniões especializadas, a atuação dramática de Foxx como o taxista submisso Max, interagindo com o bandido representado por Cruise, lhe confere impulso para uma possível candidatura ao Oscar.
E isso antes do lançamento (previsto para outubro) de "Ray", pelo qual ele pode obter uma indicação por conta do papel do falecido mito do soul Ray Charles.
Foxx, 36 anos, se felicita com os rumores relativos ao Oscar porque isso chama a atenção das pessoas a seu trabalho e alimenta o apetite por coisas maiores que, ele acredita, ainda estão à sua frente.
Jamie Foxx já percorreu um longo caminho desde sua primeira atuação de sucesso, no papel da massagista boca suja Wanda no seriado cômico "In Living Color", que também trazia comediantes como Jim Carrey e Marlon Wayans e fez sucesso no início dos anos 1990.
Ele primeiro mostrou seu talento dramático em "Um Domingo Qualquer", de Oliver Stone, mas foi o papel de Drew "Bundini" Brown, associado do boxeador Muhammad Ali, em "Ali", que lhe trouxe reconhecimento como ator sério.
A ação de "Collateral" acontece em Los Angeles, entre as 18h de um dia e as 4h da madrugada seguinte. Max é um motorista de táxi que sonha em virar dono de um serviço de limusines mas tem medo de arriscar seu emprego seguro para aventurar-se por conta própria.
Não é apenas Foxx quem faz um papel diferente de seus habituais no filme. Tom Cruise também se despe de sua imagem costumeira de mocinho para representar o matador Vincent, que entra no táxi de Max para ser levado aos locais de seus diferentes trabalhos.
Num primeiro momento, Max não sabe que o trabalho de Vincent é matar. Mas ele descobre a verdade quando o primeiro alvo do matador salta de uma janela e cai em cima de seu táxi.
O resto da noite vai realçando as diferenças e semelhanças entre os dois homens. Ao mesmo tempo em que é um filme de ação repleto de acidentes de carro, tiroteios e lutas de artes marciais, "Collateral" analisa motivações e moralidade pessoais.
Jamie Foxx está mais do que à altura de fazer par com o indicado ao Oscar Tom Cruise.
O diretor do filme, Michael Mann, que já dirigiu Al Pacino, Robert De Niro, Daniel Day-Lewis e Russell Crowe, diz que Jamie Foxx é um grande ator e que seu talento vem do fato de ele observar como as pessoas agem e reagem, imitá-las e acrescentar seu toque próprio aos personagens.
Para fazer o papel de Max, Foxx percorreu Los Angeles em táxis, ouvindo as histórias contadas pelos motoristas.
Se as primeiras e positivas resenhas de seu trabalho em "Collateral" continuarem na mesma linha e "Ray" se mostrar tão bom quanto opinaram os primeiros que viram o filme, é possível que Jamie Foxx se junte a Tom Cruise no topo da cadeia alimentar dos atores de Hollywood.