Segundo Ciro, o Brasil precisa dar um salto na taxa de crescimento do PIB para pelo menos 5% ao ano.
Por Redação - de Niterói, RJ
Pré-candidato do PDT à Presidência, o ex-governador Ciro Gomes questionou o chamado tripé macroeconômico implantado no país. Ele disse, na noite passada, que essa política foi formulada em uma “madrugada de emergência”. E não leva em conta questões relevantes como a queda nos preços das commodities no mercado internacional.
Segundo Ciro, o Brasil precisa dar um salto na taxa de crescimento do PIB para pelo menos 5% ao ano. E, para isso, será necessário rediscutir o tripé formado pelo regime de metas de inflação, metais fiscais e câmbio flutuante.
— É preciso pôr em discussão, sem dogma de fé, sem substituição de um dogma de fé por outro, mas colocando a nossa inteligência para refletir, essa trempe que se montou numa madrugada de emergência e que virou uma coisa indiscutível no Brasil, o tal do tripé macroeconômico — disse o candidato.
Ciro fez um discurso durante evento da Frente Nacional de Prefeitos com presidenciáveis.
— Nós impusemos ao Brasil uma meta de inflação, impusemos ao Brasil um superávit primário apurado de forma tosca — afirmou.
Infraestrutura
O chamado tripé macroeconômico foi implantado no governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e foi mantido pelo governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, num momento em que o Brasil se beneficiou de uma alta expressiva no preço das commodities no mercado internacional.
Apesar de questionar o tripé macroeconômico, Ciro defendeu que a melhor inflação é “zero” e que a melhor conta fiscal é um “superávit maior possível”.
— Para nós, que somos mais comprometidos com o povo; é dai que vem o dinheiro para melhorar a educação; melhorar a saúde, enfrentar o drama da segurança; a questão da infraestrutura. Desequilíbrio, conta ruinosa, não é bom para ninguém. Mas apurar isso desconsiderando certas questões, chega, porque o Brasil não aguenta mais — afirmou.
PSB E PT
O pedetista, em recente entrevista à agência inglesa de notícias Reuters, afirmou que tem interesse “explícito” em formar uma aliança com o PSB. Ele acrescentou, ainda, que não há o que se comemorar pela decisão do ex-ministro do Supremo Tribunal Federal Joaquim Barbosa; de desistir de concorrer à Presidência.
Barbosa se filiou ao PSB dentro do prazo estipulado para concorrer ao Planalto. Entretanto, anunciou, na véspera, que não participará do pleito. A decisão ocorreu, no entanto, em momento que aparecia bem colocado em pesquisa do Datafolha.
Sobre as repetidas especulações a respeito de uma possível aliança com o PT; que ganharam ainda mais força após a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Ciro disse que está claro que o PT terá candidato próprio.
— O PT tem candidato, tem repetidamente afirmado que tem candidato, e eu respeito isso.... portanto chega de intriga — concluiu.