Rio de Janeiro, 22 de Dezembro de 2024

Ciro isola Freire e negocia com PFL

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Quarta, 17 de Abril de 2002 às 04:48, por: CdB

Favorável às negociações com o PFL, o pré-candidato do PPS à Presidência da República, Ciro Gomes, ganhou, nesta terça-feira, carta branca para articular um eventual acordo eleitoral com pefelistas. Em reunião da frente que sustenta a pré-candidatura do PPS, dirigentes do PDT e PTB - os parceiros na coligação - decidiram dar força total a Ciro Gomes, isolando o presidente nacional do PPS, senador Roberto Freire (PE), que insiste em repudiar a aliança com o PFL. Magistrado da aliança, Ciro garantiu que vai conversar com pefelistas e com outras diferentes vertentes da política brasileira, mas ressaltou que um acordo com o PFL ainda está no campo das "especulações". "É evidente que um candidato que se prepara para governar o País tem de ter a capacidade de estar aberto a conversar com quaisquer forças interessadas em discutir nosso programa de governo", afirmou Ciro ao lado de Freire, dos presidentes do PDT, Leonel Brizola, e do PTB, deputado José Carlos Martinez (PR). As negociações informais com integrantes do PFL já começaram. Nesta terça-feira, por exemplo, Brizola esteve com o prefeito do Rio de Janeiro, César Maia (PFL), que pode apoiar o pré-candidato ao governo do Estado, Jorge Roberto da Silveira (PDT). Ciro recebeu novas sinalizações do PFL. Defensor das negociações com o PPS, PDT e PTB, o deputado Roberto Brant (PFL-MG) reafirmou que há vários integrantes do PFL dispostos a fechar um acordo com Ciro. "Mas, se Freire continuar agredindo o PFL, ficará mais difícil a aliança", ressaltou. O deputado Rodrigo Maia (PFL-RJ), com quem o líder do PPS na Câmara, João Herrmann Neto (SP), teria um encontro, disse que deve partir dos três partidos que apóiam Ciro o desejo de dialogar com o PFL. Para evitar danos à sua candidatura, Ciro teve a preocupação de buscar o fim dos desentendimentos com Freire. Disse que o dirigente do PPS não saiu enfraquecido do encontro e garantiu que sua vaga no conselho político da campanha está mantida. Em tom menos conciliador, Brizola declarou: "Quem fala pela frente é o candidato". Mais cauteloso, Freire evitou comentar declarações dos pedetistas. Afirmou apenas que mantém suas considerações sobre o PFL. "O PFL não soma." Amigo da ex-governadora do Maranhão Roseana Sarney (PFL), Ciro fez questão de repudiar a campanha "truculenta" aberta contra ela ao falar sobre a divulgação de denúncias envolvendo a ex-candidata à Presidência em suposto esquema de desvio de recursos públicos. "Como pai, marido e filho, quero lamentar a truculência adotada contra essa senhora, que é avó e mãe", declarou. Seus interlocutores garantem que a manifestação de solidariedade não pode ser confundida com interesses políticos. Mas seus aliados não escondem o desejo de atrair a família Sarney para a sua campanha, de olho nos votos no Maranhão e na região nordeste.

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