Rio de Janeiro, 11 de Junho de 2025

Cientistas ingleses desenvolvem fígado artificial em miniatura

Cientistas de uma universidade inglesa desenvolveram um fígado humano artificial em miniatura, informou a imprensa britânica nesta terça-feira. A expectativa é que esses minifígados possam ser usados para testar medicamentos, reduzindo a necessidade de experimentos com animais, para ajudar a reparar fígados danificados e eventualmente produzir órgãos inteiros para transplantes, noticiou um jornal inglês.

Terça, 31 de Outubro de 2006 às 14:52, por: CdB

Cientistas de uma universidade inglesa desenvolveram um fígado humano artificial em miniatura, informou a imprensa britânica nesta terça-feira. A expectativa é que esses minifígados possam ser usados para testar medicamentos, reduzindo a necessidade de experimentos com animais, para ajudar a reparar fígados danificados e eventualmente produzir órgãos inteiros para transplantes, noticiou um jornal inglês.

O órgão, que tem o tamanho da unha de um polegar, foi desenvolvido usando células-tronco do sangue tirado de cordões umbilicais. O professor Colin McGuckin, especializado em medicina regenerativa, produziu o fígado artificial com o médico Nico Forraz na Universidade de Newcastle, no nordeste da Inglaterra.

Enquanto outros cientistas já desenvolveram células do fígado, a equipe de Newcastle foi a primeira a criar seções de tecido de tamanho razoável a partir de células-tronco do cordão umbilical.

A dupla extraiu sangue do cordão umbilical de bebês recém-nascidos e o colocou em um biorreator desenvolvido pela Nasa, que reproduz os efeitos de falta de gravidade, permitindo às células se multiplicarem mais rapidamente. Produtos químicos e hormônios foram adicionados para impulsionar as células a se tornarem tecido hepático.

- Nós tiramos as células-tronco do cordão umbilical e fizemos pequenos minifígados -, disse McGuckin.

- Então, os demos a companhias farmacêuticas e elas podem usá-los para testar novos medicamentos -, acrescentou.

- Quando uma farmacêutica desenvolve uma nova droga ela primeiro o testa em células humanas e depois em animais antes de começar testes em humanos -, disse.

Potencialmente poderiam ser usados como máquinas de diálise, poupando tempo para o fígado do paciente se regenerar ou para os médicos encontrarem um fígado substituto.

- Sair do teste em animais para humanos é um grande salto e ainda há riscos", acrescentou.

- Mas ao usar os minifígados que desenvolvemos não há necessidade de fazer testes em humanos ou animais -, falou.

O professor Ian Gilmore, especialista em fígado no Royal Liverpool Hospital, no noroeste da Inglaterra, disse que a equipe de Newcastle deu "um grande salto ético" ao não requerer embriões pra produzir tecido.

Estima-se que até 10% da população britânica tenha problemas hepáticos, a maioria relacionados a fatores como obesidade e alcoolismo.

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