Rio de Janeiro, 27 de Dezembro de 2025

China diz que sanções à Coreia do Norte são necessárias

O ministro do Exterior da China, Wang Yi, disse neste domingo que as sanções aprovadas neste fim de semana pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas são necessárias

Domingo, 06 de Agosto de 2017 às 08:31, por: CdB

Governo em Pequim afirma que punir regime em Pyongyang não pode ser objetivo final e que todas as partes envolvidas devem retornar à mesa de negociações. EUA dizem observar se chineses vão implementar decisões

Por Redação, com DW - de Pequim:

O ministro do Exterior da China, Wang Yi, disse neste domingo que as sanções aprovadas neste fim de semana pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas são necessárias, mas ressalvou que elas não são o objetivo final.

– Nosso objetivo é trazer todas as partes envolvidas de volta à mesa de negociações, encontrando soluções por meio do diálogo para que possamos realizar a desnuclearização da Península Coreana", disse Wang em Manila, nas Filipinas, às margens de uma reunião da Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean). "Não podemos fazer um e negligenciar o outro. São necessárias sanções, mas as sanções não são o objetivo final – afirmou.

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China diz que sanções à Coreia do Norte são necessárias, mas pede diálogo

Wang também se encontrou com o ministro norte-coreano do Exterior, Ri Yong Ho. Relatou que ele pediu a Ri para que seu país respeitasse as resoluções da ONU.

Susan Thornton, diplomata dos Estados Unidos para a Ásia, disse que o governo norte-americano está observando atentamente o governo em Pequim; para garantir que implemente as últimas sanções da ONU. Ela também apontou que o fato de a China ter votado para aprovar as sanções mostra que Pequim entende a gravidade do problema.

Tanto a Coreia do Sul quanto os Estados Unidos elogiaram as sanções mais duras da ONU. O secretário de Estado dos EUA, Rex Tillerson, descreveu as medidas como "um bom resultado".

A situação na Coreia do Norte provavelmente dominará o Fórum Regional da Asean nesta segunda-feira. Onde 27 ministros do Exterior, incluindo os da Coreia do Norte e da Coreia do Sul, da China, do Japão, da Rússia e dos EUA, vão se reunir para discutir questões de segurança na região.

Sanções mais duras

O Conselho de Segurança reforçou neste sábado as sanções à Coreia do Norte de maneira unânime. A decisão foi adotada a partir de uma resolução apresentada pelos EUA; que prevê reduzir as receitas de exportação do Estado comunista em um terço.

A resolução proíbe a Coreia do Norte de exportar carvão, ferro, minério de ferro e de chumbo e frutos do mar. Os produtos geram ao país mais de US$ 1 bilhão por ano de receita.

As sanções também preveem proibir países estrangeiros de aceitar mais trabalhadores da Coreia do Norte. Também de entrar em novas sociedades com a Coreia do Norte ou de investir mais nas atuais. Além disso, foram adicionados a uma lista negra nove figuras do regime e quatro organizações. Incluindo o principal banco de câmbio da Coreia do Norte.

As medidas

As medidas são as primeiras de tal magnitude a serem impostas ao pequeno país asiático desde que o presidente dos EUA, Donald Trump, assumiu o cargo. Entre outras coisas. Elas indicam uma vontade da China de punir o seu aliado e vizinho.

A China e a Rússia já resistiram a outras tentativas dos EUA de impor sanções. Desta vez, Trump elogiou o voto favorável das duas potências e escreveu no Twitter. "China e Rússia votaram com a gente. Impacto financeiro muito grande!"

Washington começou a negociar a resolução com Pequim há um mês em resposta ao teste de mísseis balísticos intercontinentais realizado em 4 de julho pela Coreia do Norte. Esse teste foi seguido por outro, em 28 de julho.

Embora severas, as novas medidas não preveem os cortes nas entregas de petróleo à Coreia do Norte, que inicialmente foram propostas pelos Estados Unidos.

ONU

A Coreia do Norte já enfrenta sanções da ONU desde 2006 por causa dos seus programas nuclear e de desenvolvimento de mísseis.

Neste domingo, um dia após o anúncio das sanções, um dos jornais oficiais da Coreia do Norte fez ameaças aos EUA em editorial. "No dia que os Estados Unidos se atreverem a provocar a nossa nação com armas nucleares ou sanções. O território norte-americano ficará submerso num inimaginável mar de fogo". Escreveu o Rodong Sinmun.

 

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