Com feriado nos Estados Unidos, a expectativa do dólar e das ações era de volume reduzido no mercado local, o que favorecia a volatilidade ao longo do pregão.
Por Redação - de São Paulo
O principal índice da bolsa paulista rondava a estabilidade nesta terça-feira, com investidores mantendo o tom de cautela após a prisão do ex-ministro Geddel Vieira Lima. À espera, ainda, do andamento da reforma trabalhista no Congresso, que deve ter o requerimento de urgência votado nesta sessão.
Com feriado nos Estados Unidos, a expectativa é de volume reduzido no mercado local, o que favorecia a volatilidade ao longo do pregão. Às 11:20, o Ibovespa caía 0,09%, a 63.223 pontos. O giro financeiro era de R$ 496 milhões.
Na véspera, a Polícia Federal prendeu Geddel dentro da operação Cui Bono?, que investiga irregularidades na Caixa Econômica Federal. O ex-ministro é acusado de tentar interferir nas investigações.
Reforma
“Após a prisão do ex-ministro... a governabilidade de (Michel) Temer fica mais comprometida. Nesse sentido, os investidores estarão atentos à escolha do relator da denúncia contra o presidente na Comissão de Constituição e Justiça", escreveu a equipe da corretora Coinvalores.
A defesa de Temer será entregue à CCJ na quarta-feira, em uma tentativa de acelerar os trabalhos na Comissão. O presidente é acusado de corrupção passiva.
Na véspera, o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), disse que a reforma trabalhista deverá ser votada na Casa na próxima semana e que um requerimento de urgência para a matéria deverá ser analisado pelos senadores nesta sessão.
Dólar oscila
A moeda norte-americana oscilava ante o real nesta terça-feira, em dia de baixa liquidez com feriado nos EUA e com os investidores ainda cautelosos diante do cenário político doméstico conturbado. Às 10:15, o dólar avançava 0,17%, a R$ 3,3106, depois de fechar com queda de 0,23% na véspera. O dólar futuro operava com alta de cerca de 0,20%.
— O mercado vai monitorar o cenário político local, em dia de sessão esvaziada — afirmou o gerente da mesa de câmbio do banco Ourinvest, Bruno Foresti.
Os mercados financeiros norte-americanos estavam fechados nessa sessão por conta do feriado de 4 de Julho, tirando dos investidores importantes referências e limitando o volume de negócios.
Novos temores
No campo interno, a cena política continuava como protagonista, com o mercado à espera novos desdobramentos relativos ao andamento das reformas no Congresso. Na véspera, os investidores respiraram um pouco mais aliviados após o ex-assessor de Temer e ex-deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) deixar a prisão preventiva, ainda que com restrições, e o senador Aécio Neves (PSDB-MG), um aliado do atual governo, ter recebido o aval para retornar às atividades do seu mandato.
No entanto, no final da tarde, a prisão do ex-ministro Geddel Vieira Lima voltou a colocar mais pressão nos ânimos, com temores de que isso possa prejudicar ainda mais a defesa de Temer.
No exterior, o dólar subia ante divisas de países emergentes, como o rand e o peso mexicano, e também frente a uma cesta de moedas.