Rio de Janeiro, 21 de Dezembro de 2025

Brasileira Stefanini dá mau exemplo na Suíça

Por Rui Martins - A empresa brasileira Stefanini, terceira no ranking mundial, provoca a cólera dos meios sindicais suíços e um escândalo político ao ser revelada sua prática de dumping salarial na Suíça.

Terça, 17 de Fevereiro de 2015 às 07:53, por: CdB
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A maior empresa brasileira de exportação de alta tecnologia usa dumping salarial na Suíça e provoca cólera dos sindicatos
A empresa brasileira Stefanini, terceira no ranking mundial em alta tecnologia e engenharia de computação, provoca a cólera dos meios sindicais suíços e um escândalo político ao ser revelada sua prática de dumping salarial na Suíça. Prestando serviços terceirizados para a maior multinacional do mundo em cosméticos e perfumes, a Firmenich, em Genebra, Stefanini paga aos informáticos rumenos ali contratados o equivalente a um quarto do valor mínimo pago a informáticos na Suíça, apenas 800,00 euros em lugar de 3.300,00. Como o salário dos informáticos ainda não consta na cláusula de responsabilidades solidárias, no regulamento dos contratos de trabalho suíços com o exterior, a situação não chega a ser ilegal mas provoca revolta por ser abusiva. A Federação dos sindicatos suíços quer uma rápida inclusão dos informáticos e da categoria como medida anti-dumping, nos contratos bilaterais com a União Européia. A empresa Ferminich que, recentemente demitiu 40 empregados para utilizar contratos terceirizados, alega não ter conhecimento dos salários pagos pela Stefanini e não informa sobre o total do contrato assinado, mas supõe-se ser baseado no nível dos valores pagos aos informáticos europeus. Líder brasileira, com um benefício de 2,5 bilhões no balanço do ano passado, a Stefanini é uma das mais ativas multinacionais em exportação de serviços de engenharia de computação e alta tecnologia. O escândalo revelado no domingo pelo jornal Le Matin Dimanche, ocupa hoje o noticiário suíço, principalmente no jornal Le Temps, por revelar o risco da importação de estrangeiros na desestabilização da política salarial suíça, a mais elevada da Europa. Rui Martins, correspondente em Genebra.
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