O Brasil passou de país "emergente" a "emergido", depois que o recálculo das riquezas nacionais levou o Produto Interno Bruto (PIB) a mais de US$ 1 trilhão, diz em sua edição desta sexta-feira o diário francês Le Monde. "Esta revisão para cima constitui uma boa notícia para uma economia brasileira doente de crescimento fraco, principalmente se comparado com a taxa de 10% observada em outros gigantes emergentes como a Índia e a China".
Com o novo resultado, o crescimento do PIB em 2006 passou de 2,9% para 3,7%. A nova metodologia incluiu novos critérios propostos pela Organização das Nações Unidas (ONU), em sintonia com o crescimento de serviços como telefonia celular e levando em conta a economia informal. Segundo o Monde, "os novos resultados incitaram o governo a assegurar que 'o Brasil voltou a se inserir num ciclo de crescimento duradouro'.
"A dívida segue diminuindo, à custa de um importante esforço fiscal. O governo espera atingir o patamar de 30% já em 2010, para seduzir os investidores estrangeiros", diz o texto. Mas o jornal lembrou que os investimentos permanecem em níveis reduzidos e que nem o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que prevê investir mais de R$ 1 trilhão ao longo de quatro anos, elevará essa proporção para mais de 21%.
A matéria destacou que a expansão do PIB se deu pelo lado do consumo, alimentado pelo aumento dos salários e da distribuição do Bolsa Família.