Brasil lamenta incidentes durante visita de senadores à Venezuela
O governo brasileiro disse que "são inaceitáveis atos hostis de manifestantes contra parlamentares brasileiros". O incidente foi seguido pelo Itamaraty.
O grupo formado por senadores brasileiros recebeu o apoio das esposas dos presos políticos na Venezuela
Em nota divulgada na noite de quinta-feira, o governo brasileiro lamentou os incidentes que afetaram a visita à Venezuela da Comissão Externa do Senado e prejudicaram o cumprimento da programação prevista no país. "São inaceitáveis atos hostis de manifestantes contra parlamentares brasileiros", diz a nota divulgada pelo Ministério das Relações Exteriores.
Segundo o texto, o governo brasileiro cedeu aeronave da Força Aérea Brasileira para o transporte dos senadores e prestou apoio à missão enviada na véspera a Caracas.
Por intermédio da Embaixada do Brasil, o governo recebeu do governo venezuelano a garantia de custódia policial para a delegação durante a estada no país, o que foi feito.
O embaixador do Brasil na Venezuela, Ruy Pereira, recebeu a comissão no aeroporto de Maiquetía, onde os senadores e demais integrantes da delegação embarcaram em veículo oferecido pela embaixada, enquanto o embaixador voltou à embaixada em seu próprio carro.
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Os dois veículos ficaram retidos no caminho devido a um grande congestionamento, causado, segundo informações, pela transferência a Caracas, no mesmo momento, de cidadão venezuelano extraditado pelo governo colombiano.
O incidente foi seguido pelo Itamaraty, por intermédio do embaixador do Brasil, que se manteve o tempo todo em contato telefônico com os senadores, retornou ao aeroporto e se despediu deles, que retornaram ao Brasil.
"À luz das tradicionais relações de amizade entre os dois países, o governo brasileiro solicitará ao governo venezuelano, pelos canais diplomáticos, os devidos esclarecimentos sobre o ocorrido", destaca a nota.
Viagem turbulenta
A Venezuela negou, através de fontes da diplomacia local, na terça-feira, que teria impedido o pouso em Caracas de um avião militar da Força Aérea Brasileira (FAB) levando senadores brasileiros. Na noite de terça-feira, ministro da Defesa, Jaques Wagner, foi pessoalmente ao Senado para confirmar que o pouso havia sido autorizado.
Na segunda-feira, os senadores, que integram a comissão externa destinada a verificar in loco as denúncias de perseguição política a opositores do governo de Nicolás Maduro, queixavam-se de o governo venezuelano não ter autorizado o pouso.
– A Venezuela comunicou à Embaixada do Brasil, que me comunicou, que evidentemente estava autorizando o pouso do avião da FAB, e eu vim trazer a notícia para o presidente Renan e para o presidente da Comissão de Relações Exteriores – disse Wagner.
O presidente do Senado, Renan Calheiros informou que se reuniu diversas vezes com o ministro da Defesa, Jaques Wagner, e acredita que ele trabalhou no sentido de construir um acordo com as autoridade venezuelanas.
— Esta é a minha percepção. É uma visita do Senado, um poder independente, não há nada fora do script.
Segundo a Opera Mundi, a assessoria do senador Aécio Neves afirmou que interpretou como “uma negativa” a falta de pronunciamento do governo Maduro após o pedido de autorização. A assessoria disse, ainda, que “o Ministério da Justiça também não havia dado resposta oficial à solicitação do Congresso para utilizar a aeronave do Exército” e que, assim, os parlamentares deveriam viajar em um avião comercial.
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