Rio de Janeiro, 21 de Novembro de 2024

Brasil e China debatem ampliação das exportações de alimentos

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Domingo, 22 de Maio de 2022 às 13:06, por: CdB

Emissários de ambos os países têm expectativa de aumentar as exportações brasileiras de milho, carne e outros produtos para o vultoso mercado chinês, em meio à atual crise alimentar global e à ameaça de desabastecimento como um reflexo do conflito na Ucrânia.

Por Redação - de Brasília
O diálogo entre Brasil e China para ampliar e variar as exportações brasileiras de alimentos e outros insumos para o mercado chinês ganha um novo impulso, nesta segunda-feira, na Capital Federal, durante reunião da Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Concertação e Cooperação (COSBAN).
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Tanto o Brasil quanto a China buscam oportunidades comerciais para elevar a balança comercial
Emissários de ambos os países têm expectativa de aumentar as exportações brasileiras de milho, carne e outros produtos para o vultoso mercado chinês, em meio à atual crise alimentar global e à ameaça de desabastecimento como um reflexo do conflito na Ucrânia. Na reunião, representantes brasileiros devem solicitar mais transparência por parte de seu maior parceiro comercial quanto a suspensões de plantas autorizadas a exportar. Para bloquear a exportação de carnes, por exemplo, a China vem usando argumentos de que frigoríficos teriam registrado casos de covid-19, critério que não é considerado muito claro para o lado brasileiro.

Percepção

As crises globais recentes deram ao Brasil uma oportunidade para investimentos oriundos da Europa e dos Estados Unidos em energia sustentável e alimentos. Dentro dos círculos do governo brasileiro, a percepção é de que a China tem mais condições do que nações ocidentais a investir no país. Antes da reunião da Cosban, Karin Vasquez, pesquisadora da Universidade de Xangai, preparou um artigo avaliando as relações sino-brasileiras. Em sua visão, elas devem passar de "contestações ideológicas" para um olhar pragmático, independentemente da relação do Brasil com os EUA.

Concorrentes

Entre 1995-2020, segundo análise de Vasquez, as relações entre Brasil e China se aprofundaram e se diversificaram em governos de direita e de esquerda, a partir da ampliação da rede diplomática dos dois países, o aumento do comércio bilateral e dos investimentos, além da convergência entre ambas as nações em termos de governança global. Ainda de acordo com a pesquisadora, os comércios entre Brasil e China e Brasil e EUA cresceram em dimensão similar durante este período analisado. Porém, ela avalia que o comércio bilateral sino-brasileiro pode reproduzir uma dependência que, historicamente, marcou as relações de comércio entre o Brasil e os Estados Unidos. Independentemente da orientação política governamental, há interesses internos na sociedade brasileira e, também, forças concorrentes dentro do Executivo, que são mais determinantes na relação entre ambos os países, concluiu Vasquez.
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