Um diretor de cinema do Cazaquistão filmou a continuação da famosa comédia e pseudodocumentário Borat, do britânico Sacha Baron Cohen. A proposta do novo filme é ser uma comédia de humor negro que melhore a imagem do país, ridicularizado no filme original. Quando foi lançado, em 2006, o filme de Cohen - que conta a história de um jornalista grosseirão que viaja do país aos Estados Unidos e sai em busca da atriz Pamela Anderson - causou ultraje no Cazaquistão e acabou sendo proibido em solo cazaque. O governo do país, inclusive, ameaçou processar Cohen por causa do filme. O diretor do novo filme, Erkin Rakishev, diz não ter visto o lado engraçado da produção original e alegou que decidiu filmar uma continuação para corrigir a imagem do país criada pelo personagem de Cohen. – Todo cazaque que vai ao Ocidente sente desconforto ao dizer de onde vem porque os ocidentais associam o país ao filme Borat –, disse Rakishev. Cidade Moderna A sequência do original, Borat, My Brother (ainda sem título em português), conta a história de um jornalista norte-americano chamado John que, após assistir ao primeiro filme Borat, decide visitar o Cazaquistão. Ele sai à procura do vilarejo fictício de Kusek, onde o personagem Borat teria nascido, mas encontra uma cidade moderna e desenvolvida. – No filme, John se lembra de que Borat havia mencionado seu irmão Bilo, que tem um problema mental. Ele encontra Bilo em um hospital psiquiátrico ao lado de Osama Bin Laden e George Bush, e é assim que o filme começa –, disse o diretor. Bilo leva John em uma viagem por seu país para mostrar a ele o verdadeiro Cazaquistão. Para o diretor, Borat realmente ofendeu sua nação. – Acho que o filme passou do limite. Talvez eles só quisessem fazer uma piada, mas nos diminuíram, nos insultaram, nos misturaram com sujeira, nos compararam a animais, nos representaram como um povo bárbaro e selvagem. – Você diz que todos entendem que foi uma piada, mas não concordo, porque a maioria das pessoas acredita no que vê e ouve –, alegou o diretor. Polêmicas Mas o filme de Rakishev também inclui algumas cenas polêmicas. Em uma delas, Bilo é estuprado por um jumento e, em outra, uma mulher idosa é vista batendo nos dois personagens principais com uma vareta. Rakishev nega que essas cenas possam ofender algumas pessoas, afirmando que "se o irmão de Borat tivesse estuprado o jumento, talvez isso pudesse ser considerado ultrajante, mas é o oposto". O diretor diz que as piadas do filme podem ser pesadas, mas não ofensivas, e que leva em conta as opiniões do público ocidental. – Queremos que o público ocidental assista (ao filme) e tenha uma melhor compreensão de como é o Cazaquistão na realidade –, disse ele. Após o sucesso do primeiro Borat, que arrecadou quase US$ 240 milhões em bilheterias, Rakishev acredita que sua sequência também vai ser um grande sucesso quando for lançada, no ano que vem. – Nos últimos três anos, fiz seis filmes no Cazaquistão e posso lhe dizer que meus filmes são populares, viram sucessos imediatos.
"Borat" é comédia de humor negro para limpar imagem do Cazaquistão
Um diretor de cinema do Cazaquistão filmou a continuação da famosa comédia e pseudodocumentário Borat, do britânico Sacha Baron Cohen. A proposta do novo filme é ser uma comédia de humor negro que melhore a imagem do país, ridicularizado no filme original.
Quarta, 24 de Novembro de 2010 às 08:31, por: CdB