Rio de Janeiro, 21 de Dezembro de 2024

Blair defende decisão de arquivar inquérito sobre armas

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Sexta, 15 de Dezembro de 2006 às 17:06, por: CdB

O primeiro-ministro da Grã-Bretanha, Tony Blair, defendeu nesta sexta-feira a decisão de uma comissão de inquérito de arquivar acusações de corrupção em um acordo de vendas de armas da empresa britânica BAE Systems para a Arábia Saudita, assinado em 1986. O juiz que presidia o inquérito de dois anos decidiu o arquivamento nesta quinta-feira, alegando motivos de segurança nacional e afirmando que a Grã-Bretanha correria riscos se a investigação continuasse.

Blair disse que a continuidade do inquérito poderia prejudicar as relações da Grã-Bretanha com os sauditas, considerados aliados importantes no Oriente Médio.

- Nossa relação com a Arábia Saudita tem importância vital em termos de contra-terrorismo, no contexto amplo do Oriente Médio, para ajudar Israel e os palestinos. Esse interesse estratégico vem em primeiro lugar -, disse o premiê britânico.

Ele acrescentou que o inquérito levaria a meses ou anos de "animosidade entre nós e um parceiro-chave e aliado, e provavelmente sem nenhum sentido", e disse que esva certo de que a decisão correta havia sido tomada.

Na quinta-feira, o premiê foi interrogado durante duas horas pela polícia britânica em um outro inquérito que analisa a concessão de títulos de nobreza a doadores ao seu partido, o Trabalhista. O interrogatório e o fim do inquérito sobre a venda de armas ocorreram num dia em que os noticiários britânicos estavam voltados para o anúncio do fim de uma investigação de nove anos sobre a morte da princesa Diana.

Nas capas dos principais jornais britânicos nesta sexta-feira, os problemas para Blair disputam espaço com a notícia do fim do inquérito sobre a princesa. Em sua principal manchete nesta sexta-feira, o jornal The Daily Telegraph observa que Blair foi interrogado "em um dia muito bom para enterrar más notícias".

O Telegraph observa que Blair pode não ter sofrido "o ultraje de ser preso (.), nem foi questionado como acusado", mas "deverá deixar o cargo no próximo ano com uma mancha no currículo por ser o único premiê em exercício interrogado pela polícia em uma investigação criminal".

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