Rio de Janeiro, 13 de Dezembro de 2025

Ataque suicida em mesquita deixa mortos na Nigéria

Um ataque suicida deixou pelo menos 50 mortos em uma mesquita na cidade nigeriana de Mubi nesta terça-feira, afirmou uma autoridade policial

Terça, 21 de Novembro de 2017 às 08:13, por: CdB

O ataque possui todas as características do Boko Haram, que normalmente organiza ataques suicidas em locais públicos lotados, como mesquitas e mercados

Por Redação, com Reuters e Sputnik - de Bauchi/Mogadíscio:

Um ataque suicida deixou pelo menos 50 mortos em uma mesquita na cidade nigeriana de Mubi nesta terça-feira, afirmou uma autoridade policial.

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Um ataque suicida deixou pelo menos 50 mortos em uma mesquita na cidade nigeriana de Mubi

Mubi é uma cidade localizada no Estado de Adamawa, onde militantes do Boko Haram controlam territórios desde 2014; embora os insurgentes tenham sido expulsos dessas áreas por soldados no início de 2015.

O ataque possui todas as características do Boko Haram; que normalmente organiza ataques suicidas em locais públicos lotados, como mesquitas e mercados.

O Boko Haram tem travado uma insurgência no nordeste da Nigéria desde 2009; em sua tentativa de criar um Estado Islâmico na região, matando mais de 20 mil pessoas e forçando cerca de 2 milhões a deixar suas casas.

Estado Islâmico

Em outubro de 2017, a capital somali, Mogadíscio, sofreu um atentado de grande escala que levou à morte de mais de 350 pessoas. Isto pode indicar que África está se transformando em um novo alvo dos terroristas.

O Daesh (organização terrorista proibida na Rússia), que está perdendo terreno na Síria e no Iraque, pode se aproveitar do novo campo de batalha. A colunista Antonia Ward, na sua nota para a revista The National Interest, analisou esta possibilidade.

O ataque em Mogadíscio foi cometido pelo grupo terrorista Al-Shabaab, relacionado com os terroristas do Al-Qaeda.  A Somália é um dos muitos países africanos que estão afetados pela desordem civil; uma má gestão pública, tensões religiosas e raciais, assim como pela pobreza.

Os exemplos do Iraque e Síria demonstraram que condições ainda menos graves são perfeitas para o desenvolvimento dos movimentos jihadistas. Por conseguinte, certas partes da África podem ser um terreno fértil para o crescimento do terrorismo.

Em outubro, Raqqa, a antiga capital do Daesh na Síria, foi libertada. Tal constituiu um evento marcante na luta contra este grupo jihadista.

Mas a derrota do grupo terrorista não significa que ele deixou de representar uma ameaça. Na realidade, é possível que os jihadistas “se movam” do Oriente Médio e se estabeleçam em África, afirma a autora.

– O Daesh era um dos grupos terroristas mais poderosos e melhor organizados na história. Seria errado assumir que ele simplesmente deixará se efetuar as suas operações por causa das derrotas recentes. O cenário mais provável é que o grupo e os seus partidários se desloquem para uma nova região – declarou Ward.

O Daesh hoje em dia continua fragmentado em África, mas os jihadistas seguem avançando. O grupo terrorista Boko Haram, originário da Nigéria, prestou lealdade ao Daesh e mudou o seu nome para “Província do Daesh na África Ocidental” ainda em 2015.

Os terroristas há muito que desenvolvem a sua atividade no norte do continente, em particular, na Tunísia, Líbia e Egito.

Razões

– Uma das razões pelas quais certas partes de África podem se converter em novas bases do Daesh é o aumento significativo da popularidade da Internet no continente. Em 2014, cerca de 100 milhões de pessoas usavam o Facebook em África por mês; agora, segundo estimativas, este número supera os 120 milhões – revelou Ward.

Ela também destacou que o desenvolvimento da conectividade na região pode contribuir para a propaganda do Daesh.

Ward crê que o Daesh e outros grupos podem se aproveitar dos desafios que hoje África enfrenta. Os ataques que ocorreram recentemente em várias partes do continente podem ser o início de algo muito mau.

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