Rio de Janeiro, 29 de Dezembro de 2025

Com articulação desenfreada, fica mais difícil para o DEM esconder candidatura

Sucessor direto em caso de afastamento do peemedebista Michel Temer, alvo de denúncia por crime de corrupção passiva, Maia, do DEM, considera-se "árbitro do jogo”.

Terça, 18 de Julho de 2017 às 13:18, por: CdB

Sucessor direto em caso de afastamento do peemedebista Michel Temer, alvo de denúncia por crime de corrupção passiva, Maia, do DEM, considera-se "árbitro do jogo”.

 

Por Redação - de Brasília

 

Presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ) tem dito aos jornalistas que se considera uma alternativa à Presidência da República, sim. Mas não agora. Ele diz que poderá pensar no cargo dentro de duas ou três eleições. E nega, peremptoriamente, qualquer pretensão de ocupar a cadeira do peemedebista Michel Temer.

— Está cada vez mais difícil de acreditar nisso — comentou um dos ajudantes de Temer, em caráter reservado, à reportagem do Correio do Brasil, nesta terça-feira.

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Maia tem articulado, nos bastidores, a composição de um ministério para substituir o atual, formado por Michel Temer

Longo prazo

Sucessor direto em caso de afastamento do presidente de facto, Michel Temer, alvo de denúncia por crime de corrupção passiva, Maia considera-se "árbitro do jogo”. Sendo assim, não pensa em avançar para a casa seguinte. Ele reconhece, no entanto, que no longo prazo esta é uma alternativa

— O político, quando entra na política, ele sempre sonha no máximo. Isso aí, seria besteira não admitir, mas, nesse momento, não — disse o presidente da Câmara, em entrevista a um canal de TV por assinatura.

Lealdade equivalente

O fato de a Presidência da Casa ter caído no colo dele, após a prisão do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), foi um golpe do destino.

— No longo prazo, é obvio que chegar onde cheguei já me coloca, daqui a duas, três eleições como uma alternativa (à Presidência), mas, a curto prazo, acho que a Presidência da Câmara já me dá a possibilidade de realizações que eu nunca imaginei que eu pudesse realizar — acrescentou.

Maia reiterou, na entrevista, sua lealdade a Temer. Esta posição, ainda segundo afirmou, é a do deputado do DEM, partido da base de apoio ao governo. Mas, como presidente da Câmara, ele diz ser necessário se distanciar do Planalto, neste momento.

— Uma coisa é o presidente da Câmara, outra coisa é o deputado eleito pelo DEM que apoia o governo de Michel Temer. Esse deputado será leal sempre. Agora, o presidente da Câmara vai ser o presidente da instituição e árbitro do jogo — afirmou.

Odebrecht

Alvo de dois inquéritos no STF resultantes das colaborações premiadas de ex-executivos da Odebrecht na Lava Jato, Maia disse que fará a defesa quando for chamado e que provará a própria inocência. "É importante que o inquérito avance para mostrar que não existem provas em relação ao que foi dito", afirmou.

O presidente da Câmara disse que o sistema eleitoral brasileiro faliu e precisa ser renovado.

— Não defendo apenas o fim das coligações e a cláusula de desempenho. É pouco. O sistema que tentamos colocar é o distrital misto — afirmou.

Maia defende, ainda, a reforma trabalhista e afirmou que o modelo anterior "falava em proteção, mas gerava desemprego". Ele também disse que a reforma da previdência é fundamental.

— O déficit é tão brutal e crescente que vai chegar o momento que ou a inflação vai voltar muito forte. Ou o governo não vai ter dinheiro para pagar a aposentadoria. Estamos reduzindo os privilégios dos que ganham muito. Isso, para que o trabalhador simples possa ter certeza de que vai receber sua aposentadoria no futuro — concluiu. 

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