Os conservadores de Merkel venceram uma eleição nacional em setembro, abrindo caminho para seu quarto mandato consecutivo
Por Redação, com Reuters - de Berlim:
Se Angela Merkel voltar a ser chanceler da Alemanha, quase metade dos eleitores gostaria que ela renunciasse logo, de acordo com uma pesquisa que indicou um sinal raro de que o apoio interno à líder mais influente da Europa pode estar minguando.
Os conservadores de Merkel venceram uma eleição nacional em setembro, abrindo caminho para seu quarto mandato consecutivo. Mas perderam apoio para a extrema-direita; e as conversas com os Verdes e com o pró-mercado Partido Democratas Livres da Alemanha (FDP, na sigla em alemão); para a formação de uma coalizão tripartite fracassaram em novembro.
A pesquisa YouGov, encomendada pela agência alemã DPA e publicada na edição desta quarta-feira do jornal Die Welt; mostrou que 47 % dos entrevistados querem que Merkel se retire antes de 2021, quando seu quarto mandato terminaria, mais do que os 36 % de uma sondagem realizada no início de outubro.
Em contraste, 36 % prefere que ela cumpra os quatro anos; eram 44 % três meses atrás.
O SPD, que perdeu terreno entre os eleitores depois de formar a coalizão com Merkel; vem relutando em se comprometer com uma reedição da aliança; já que sua base partidária deve continuar cética.
Sigmar Gabriel, ministro das Relações Exteriores alemão e ex-líder do SPD; adotou uma postura rígida nesta quarta-feira no diário de grande vendagem Bild.
– Se a chancelaria continuar a rejeitar todas as propostas de reforma da UE (União Europeia), não haverá coalizão com o SPD.
Zona do euro
O atual líder dos Social-Democratas, Martin Schulz; defende uma reforma da zona do euro e pediu a criação dos Estados Unidos da Europa até 2025.
Gabriel também disse que os conservadores precisam reformar o sistema de saúde para diminuir a diferença entre a saúde particular e a pública.
Uma pesquisa da empresa INSA publicada no Bild mostra um crescimento de dois pontos para os conservadores de Merkel; que chegaram a 33 % das preferências, e o SPD recuando meio ponto e ficando com 20,5 %.
O partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD); que capitalizou os temores do eleitorado a respeito da desigualdade crescente e o impacto da crise imigratório europeia na Alemanha e estreou no Parlamento em setembro; perdeu um ponto e apareceu com 13%.