Rio de Janeiro, 03 de Dezembro de 2024

Antiácido pode causar enfraquecimento dos ossos, diz pesquisa

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Segunda, 01 de Janeiro de 2007 às 12:28, por: CdB

Pesquisa realizada pela Universidade da Pensilvânia, nos EUA, descobriu que o uso de um tipo de antiácido pode estar relacionado ao enfraquecimento dos ossos, ao aparentemente prejudicar a absorção de cálcio pelo organismo. No estudo foram analisados os registros médicos de cerca de 145 mil pessoas que moravam na Inglaterra, todas com mais de 50 anos.

Os pesquisadores descobriram que, estatisticamente, a chance de uma dessas pessoas ter uma fratura de bacia era 44% maior se ela tomava um tipo de antiácido, o inibidor de bomba de próton, por mais de um ano. Se o tomavam a mais tempo, a probabilidade era ainda maior. Milhões de pessoas tomam esse tipo de droga para controlar a acidez no estômago. Entre os medicamentos mais comuns do tipo está o Omeprazole. Pesquisas anteriores já indicavam que a droga podia interferir na habilidade do corpo de absorver cálcio para manter os ossos saudáveis.

Em artigo sobre o novo estudo, publicado na revista Journal of the American Association, os pesquisadores dizem que os "médicos precisam ficar atentos à potencial relação quando receitarem inibidores de bomba de próton e devem usar a menor dose efetiva para pacientes com indicações apropriadas". Eles também aconselharam os médicos a recomendar pacientes idosos a tomar suplementos de cálcio juntamente com as drogas para minimizar o risco de fraturas.

No entanto, Ken McColl, professor de gastroenterologia da Universidade de Glasgow, na Escócia, disse que o estudo não prova uma relação de causa e efeito entre o uso dos antiácidos e o enfraquecimento dos ossos. Ele disse que um grande número de pessoas com artrite e outros problemas nas juntas - já mais suscetíveis a fraturas - tomam grandes quantidades de analgésicos que, por sua vez, ativam a acidez no aparelho digestivo.

Embora os autores da pesquisa tenham ajustado os resultados levando em conta isso, McKoll disse que ainda existia a possibilidade de que as conclusões do estudo fossem distorcidas.

- Ainda que este estudo levante questões interessantes, está longe de provar que os inibidores de bomba de próton estão causando o problema -  disse McKoll.

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