Rio de Janeiro, 21 de Março de 2025

Antena da Starlink homologada no Brasil: internet de ponta em qualquer lugar?

Quarta, 03 de Agosto de 2022 às 09:26, por: CdB
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Foto: Pexels
A expansão das tecnologias e empresas de exploração privada do espaço é uma das promessas das próximas décadas, e atualmente, já somos capazes de começar a ver um grande aumento nos investimentos e esforços que buscam alcançar esses objetivos. A empresa SpaceX, do controverso bilionário Elon Musk, é uma grande representante dessa nova empreitada espacial, e já foi capaz de inovar em alguns segmentos-chave como a criação de foguetes capazes de pousar e decolar novamente. No entanto, enquanto sonhamos com viagens turísticas ao espaço ou mineração em outros corpos celestes, a empresa também dedica parte de sua engenharia para o lançamento de produtos acessíveis ao consumidor comum, entre eles, o sistema de internet Starlink que promete entregar conexão de alta velocidade e estabilidade para pessoas em qualquer parte do mundo, independentemente de fatores como cabeamento ou antenas de redes móveis (como o que ocorre com as novas redes 5G). Agora, um novo modelo de antena foi homologado no Brasil, e as visitas de Elon Musk ao país parecem sugerir parcerias público-privadas para a entrega de internet Starlink para instituições públicas como escolas. Mas será que a tecnologia funciona bem mesmo? Confira.

Internet via satélite

Atualmente dependemos do acesso à internet para uma série de tarefas cruciais: contato com família e amigos, trabalho, transporte e mapas, controle de emergências, aplicativos de banco e cartões NFC - e a tendência é que essa dependência aumente cada vez mais, dispositivos de casa inteligente e IoT, por exemplo, substituirão nossos objetos comuns do dia a dia por versões inteligentes dependentes da conexão com a rede mundial de computadores. Mas o que fazer quando não estamos próximos à uma rede telefônica, acesso cabeado,  estamos em acampamentos, ou quando desastres naturais interrompem esses serviços? A internet via satélite promete usar tecnologias parecidas com a televisão via satélite e GPS para entregar acesso ininterrupto à internet, em qualquer lugar, bastando possuir uma antena. Esse tipo de solução pode mudar completamente o acesso à internet em situações ou localizações complicadas, e pode se tornar parte de um kit de sobrevivência digital como o montado pela ExpressVPN. Embora a internet via satélite já exista e seja superior às tecnologias antecessoras como a internet via radio, problemas como a alta latência (velocidade entre envio e recebimento dos dados) e interferências sempre foram empecilhos que impediram sua ampla utilização. Agora, a Starlink promete ter resolvido esses problemas através do uso de satélites em baixa órbita, ou seja, mais próximos ao solo terrestre e interconectados com tecnologias mais avançadas, como lasers, para diminuir ao máximo qualquer atraso. Os planos mais básicos da Starlink, disponíveis em mais de 30 países, conseguem oferecer conexões de 100 a 200 Mbps com apenas 20 ms de latência, completamente capazes de lidar com jogos on-line, plataformas de streaming como a Netflix, e qualquer outra atividade cotidiana.

Starlink no Brasil

Em Janeiro de 2022, a Agência Nacional de Telecomunicações, a ANATEL, autenticou e permitiu as operações da Starlink em todo o território nacional. Além disso, o novo modelo de antena UTA-212 foi homologado oficialmente e, portanto, está autorizado para uso e comércio no país. A antena é significativamente menor e mais leve que sua antecessora, facilitando a instalação e transporte, chegando até a ser considerada portátil. Isso significa que o serviço já está plenamente disponível no Brasil, e pode ser contratado por qualquer um que aceite os valores cobrados. Através do site oficial, é possível importar um kit completo de instalação e assinar a mensalidade que disponibiliza o serviço. Atualmente, o kit básico custa cerca de R$3.000,00 em conversão direta, mas é preciso considerar cerca de R$300,00 de frete para o transporte e possíveis encargos aduaneiros. Além disso, a assinatura mensal do serviço custa R$530,00. O valor do serviço em nosso país ainda não é competitivo quando comparado às assinaturas mensais oferecidas por métodos tradicionais de conexão, principalmente ao considerar o custo de importação da antena. No entanto, a tendência é que esse cenário mude gradativamente com a otimização das tecnologias, expansão da presença da empresa no Brasil e competitividade no setor. E para regiões onde não há qualquer outro tipo de acesso à internet banda larga, como localizações rurais dependentes de conexão discada, o investimento no serviço pode abrir um horizonte de novas possibilidades que justifiquem seu custo. Até lá, esperamos que a tecnologia de satélites de baixa órbita continue a ser desenvolvida para cada vez mais democratizar o acesso à internet, independentemente de local ou situação.
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