O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve fechar este ano ligeiramente acima da meta oficial de 4,50%, de acordo com a expectativa de analistas de mercado publicada nesta segunda-feira no boletim Focus, do Banco Central. A pesquisa, realizada na última sexta-feira com uma centena de analistas de mercado, manteve a estimativa de 4,66% para a inflação deste ano no comércio varejista e prevê 4,50% só no ano que vem.
Se depender da expectativa dos entrevistados para o comportamento dos preços no mercado atacadista, atualmente em queda, os preços no varejo também poderão ter reajustes menores ao longo do ano, de modo a puxar a inflação para mais próximo da meta definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). A tendência é de que o Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M) caia de 4,96% para 4,81%, na comparação com a pesquisa da semana anterior, e que o Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI) reduza a projeção de 4,91% para 4,76%.
O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) pesquisado pela Fundação Instituto de Pesquisa Econômica (Fipe) da Universidade de São Paulo (USP) já reflete essa tendência. A projeção dos especialistas para o IPC-Fipe da semana passada era de 4,56% no ano, mas a pesquisa de hoje reduz a projeção para 4,50%, em linha com a meta oficial. Esse índice se refere somente ao comportamento de preços na capital paulista.
A média das expectativas na pesquisa indica IPCA de 0,46% neste mês, repetindo mesmo patamar da inflação de janeiro, com tendência de redução para 0,32% na inflação de março. Os entrevistados também estimam queda de 4,57% para 4,49% na projeção semanal de inflação para os próximos 12 meses.
A pesquisa do BC mantém a perspectiva de inflação deste ano em 4,50% para os preços administrados (combustíveis, energia elétrica, telefonia, educação, medicamentos, transporte urbano, água, saneamento e outros); mas eleva de 4,05% para 4,20% a previsão de reajustes desses preços e serviços em 2007, em relação à pesquisa anterior.