Rio de Janeiro, 18 de Dezembro de 2025

Acordo AES-BNDES pode ser barrado por arresto de bens e dívida em bônus

Bônus da AES Tietê em mãos de investidores americanos e o arresto de ações da AES Corp, determinado pela Justiça por conta da falência da Eletronet, são os principais obstáculos ao acordo entre o BNDES e a empresa americana. As negociações que levaram ao acordo BNDES-AES chegaram a ser interrompidas, na segunda-feira, quando os executivos da AES Corp avisaram que a Tietê tem uma dívida de aproximadamente US$ 300 milhões emitida sob a forma de bônus para investidores americanos.

Terça, 09 de Setembro de 2003 às 19:35, por: CdB

Bônus da AES Tietê em mãos de investidores americanos e o arresto de ações da AES Corp, determinado pela Justiça por conta da falência da Eletronet, são os principais obstáculos ao acordo entre o BNDES e a empresa americana.

As negociações que levaram ao acordo BNDES-AES chegaram a ser interrompidas, na segunda-feira, quando os executivos da AES Corp avisaram que a Tietê tem uma dívida de aproximadamente US$ 300 milhões emitida sob a forma de bônus para investidores americanos.

A promessa que havia sido feita ao BNDES era de que a Tietê seria entregue "livre" e foi nesse ponto que as duas partes se debateram, relatou o diretor-financeiro do banco, Roberto Timóteo da Costa. A AES acabou se comprometendo a resolver o problema, provavelmente resgatando os bônus, segundo Timóteo da Costa . Ele também está otimista quanto ao arresto de bens da AES.

A decisão, disse ele, foi tomada em primeira instância da Justiça e, acredita, será facilmente derrubada pelos escritórios de advocacia que trabalham para a AES, "os melhores do país", segundo o diretor do BNDES.

Da parte do banco brasileiro, a perspectiva de ruptura do memorando de intenções é vista quase como impossível, cabível apenas no caso de uma grande surpresa nos números e nas operações da AES, como uma dívida imprevista. Nos próximos 60 dias, o BNDES fará a 'due dilligence' das subsidiárias da empresa americana. Já a AES pediu 90 dias para tomar as providências necessárias.

Segundo Timóteo da Costa, o BNDES precisa fechar o acordo com a AES ainda este ano para limpar o seu balanço, que sairia de um prejuízo de R$ 2,47 bilhões no primeiro semestre para um número positivo que ele não soube estimar com precisão (na segunda-feira o presidente do BNDES, Carlos Lessa, projetou lucro de R$ 700 milhões com o acordo fechado). O prazo final estabelecido para o acordo ser formalizado é 15 de dezembro.

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