Wagner: o impeachment se transformou em uma grande farsa

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Publicado Sexta, 15 de Julho de 2016 às 11:08, por: CdB

Para Wagner o impeachment é uma farsa inventada para levar ao poder os que fracassaram nas urnas

Por Redação, com Agências de Notícias - de Brasília:
O ex-ministro Jaques Wagner declarou, nesta sexta-feira, que o parecer do procurador Ivan Cláudio Marx, do Ministério Público Federal, que na quinta-feira, mandou arquivar a denúncia contra a presidenta Dilma Rousseff relacionada às 'pedaladas fiscais' "é mais um duro golpe nos golpistas, que a cada dia encontram mais dificuldades para justificar o impeachment". As afirmações foram publicadas no perfil do ex-ministro.
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Wagner declarou que o MPF, com a decisão de quinta-feira, "está dizendo que Dilma é honesta e não cometeu qualquer ato ilegal"
A prática contábil é a principal base do pedido de impeachment contra Dilma no Senado. Na conclusão do procurador, não houve crime praticado por Dilma segundo o Correio do Brasil noticiou, semana passada. Em sua decisão, Marx levantou suspeitas sobre "eventuais objetivos eleitorais" com as 'pedaladas'. Ele usou o mesmo raciocínio e mandou arquivar outros casos não relacionados ao impeachment. "Apesar de estar previsto na Constituição, o impeachment, tal como está configurado no caso de Dilma, se transformou em uma grande farsa. Uma farsa inventada para levar ao poder os que fracassaram sucessivamente nas urnas", postou Wagner. Ainda segundo o ex-ministro, a invenção das pedaladas "é a mentira do século na política brasileira, como definiu Lula", completou. Wagner disse também que o MPF, com a decisão de quinta-feira, "está dizendo que Dilma é honesta e não cometeu qualquer ato ilegal" e que "em público e em privado, por um ato falho ou em razão da mais cristalina sinceridade, o fato é q os próprios golpistas confessaram o golpe".

Defesa de Dilma

Na quinta-feira, o advogado da presidenta afastada Dilma Rousseff no processo de impeachment, José Eduardo Cardozo, disse que o entendimento do Ministério Público Federal no Distrito Federal (MPF/DF) de que não houve operação de crédito no atraso de repasses de recursos da União ao Banco do Brasil para o financiamento do Plano Safra 2015 é “demolidor” à tese do impeachment. O atraso foi um dos argumentos que motivaram o pedido de afastamento da presidenta. Cardozo juntará o parecer, elaborado pelo procurador Ivan Marx, às alegações finais da defesa a serem entregues à Comissão Processante do Impeachment do Senado. - Essa posição é demolidora da acusação no processo de impeachment. A perícia no caso das pedaladas já havia dito que não tem ato [de Dilma Rousseff]. Então, não tem ato da presidenta da República. Há legalidade, segundo parte do Ministério Público, e reconhecidamente não há dolo quando uma parte do Ministério Público reconhece que não houve má fé - disse Cardozo. - Do ponto de vista da pretensão da acusação, se já era difícil dizer que tem crime de responsabilidade nas pedaladas, pela própria perícia que mostrou que não houve ato da presidenta, a ideia de que era óbvio que era operação de crédito, acaba de ser demolida - completou. Nas alegações finais, que serão entregues no dia 27, a defesa também incluirá a fala da senadora Rose Freitas (PMDB-ES), atual líder do governo no Congresso, de que Dilma não cometeu pedaladas fiscais. - Vamos juntar essa decisão [do MPF/DF], também vamos apresentar as declarações da líder do governo, Rose de Freitas, falando que estudou as pedaladas e viu que não tinha nada e que a Dilma não foi afastada por causa disso e mostrar a própria posição do Ministério Público Federal dizendo que não tem operação de crédito. Esse era o centro da acusação deles [autores do pedido de impeachment], que cai por terra - completou. Apesar de reconhecer que o julgamento na Comissão do Impeachment tem um componente mais político do que jurídico, Cardozo disse confiar na possibilidade de arquivamento da denúncia. - Acredito que mesmo os que politicamente defendem o impeachment da presidenta Dilma Rousseff, diante a situação que acontece a cada dia, vão ficar muito constrangidos. Quem tiver um pouco de preocupação com coerência, com demonstrar que age de forma justa, vai ficar muito constrangido. Será constrangedor dizer que há crime nesse caso - afirmou.
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