Presidentes da Câmara e do Senado negam crise entre o PMDB e PT
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Quarta, 05 de Novembro de 2014 às 13:07, por: CdB
Os presidentes da Câmara dos Deputados, Henrique Alves (PMDB-RN), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), negaram nesta quarta-feira a existência de uma crise entre seu partido e o PT.
- Estamos em meio a uma aliança que tende a ser mais produtiva do que já foi, mas é preciso sentar, conversar, organizar as coisas – política se faz conversando, não há outra maneira de fazer - disse Renan, ao chegar à reunião do Conselho Nacional do PMDB, da qual participam governadores, prefeitos, parlamentares e líderes do partido.
Segundo o presidente do Senado, mudanças precisam ser feitas e ajustes estão por vir. “O papel do PMDB é insubstituível nessa caminhada”, completou.
Na Câmara, onde, três meses antes da eleição do novo presidente da Casa, o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) já articula a criação de um bloco de apoio à sua candidatura ao cargo, a tensão entre as duas legendas é clara.
Em 2011, no começo do mandato da presidenta Dilma Rousseff, o PT e o PMDB, que hoje têm as maiores bancadas na Câmara, fizeram acordo para um rodízio entre as duas legendas no comando da Casa. A vez agora seria do PT, mas os peemedebistas se recusam a renovar o acordo.
Para o presidente da Câmara, Henrique Alves, não há problema em adiantar a disputa pelo comando da Casa nos próximos dois anos. “Acho que o PMDB naturalmente quer construir uma candidatura em nome da instituição do Parlamento, que tenha como proposta a altivez, a independência com respeito ao Parlamento brasileiro. E o que puder somar nesse caminho, nós somaremos”, afirmou.
Para ele, a discussão não está sendo feita com base em contrários e favoráveis ao PT.
- Seria [uma discussão] muito pequena para uma hora como essa e para uma candidatura para presidente da Câmara. Não há essa predisposição. A ideia é somar todos aqueles que querem fazer um Parlamento mais forte - afirmou Alves.
O vice-presidente da República e presidente nacional do PMDB, Michel Temer, evitou declarar apoio à candidatura de Eduardo Cunha.
- Ele é um candidato que já está pré-lançado e, se conseguir a união de muita gente, é provável que vá adiante - avaliou.
Novo ministro
A presidenta Dilma Rousseff disse nesta quarta-feira que só indicará o novo ministro da Fazenda após voltar da Austrália, onde participa da Cúpula do G20, nos dias 15 e 16 de novembro. O G20 reúne as 20 maiores economias do mundo.
Dilma deu a declaração após evento em que recebeu apoio do PSD, no Palácio do Planalto. Perguntada se escolheria o substituto de Guido Mantega antes do G20, Dilma respondeu que “não dá tempo”.
A formação do novo ministério para o segundo mandato será feita “por partes”, segundo a presidenta. A pasta da Fazenda está sob o comando de Guido Mantega.