Para Cunha, impeachment de Dilma seria passo atrás para democracia

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Publicado Quinta, 16 de Julho de 2015 às 08:15, por: CdB
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Cunha afirmou ainda que seu partido já não “aguenta mais” a aliança com o PT
O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmou nesta quinta-feira que o impeachment da presidente Dilma Rousseff não é improvável, mas seria um passo atrás para a democracia e não deveria ocorrer. Cunha afirmou, em entrevista a jornalistas, que pediu análises jurídicas sobre pedido de impeachment protocolado na Câmara e espera ter uma posição nos próximos 30 dias. O deputado afirmou ainda que seu partido já não “aguenta mais” a aliança com o PT, e que o discurso unificado do PMDB a favor de uma candidatura própria para a Presidência em 2018 foi um “recado” à sociedade. Na quarta-feira Cunha, vice-presidente da República Michel Temer e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) confirmaram que a legenda terá candidatura própria nas eleições de 2018. Cunha disse que não há candidaturas acertadas e descartou inclusive especulações sobre o seu nome. - Não sou candidato a nada. Se o povo deixar eu voltar como deputado já vou ficar feliz”, garantiu. Para ele, as declarações de Temer e Renan mostraram que os peemedebistas agora estão falando “a mesma língua. Quando eu falava era rebeldia. O PMDB tomou um posicionamento político. Todos que têm influência e liderança no PMDB pensam iguais. Não aguentamos mais aliança com o PT - afirmou. Eduardo Cunha voltou a defender a saída de Michel Temer da articulação política do governo assim que as medidas do ajuste fiscal forem concluídas. - Ele assumiu a articulação num momento da mais grave crise de governabilidade. Se não tivesse assumido, as medidas de ajuste não teriam passado, mas na minha opinião não deveria continuar - disse. Para o peemedebista, a atual crise política aliada à crise econômica em que vive o país tendem a agravar a capacidade do governo Dilma Rousseff. Cunha voltou a defender o parlamentarismo como solução para o país e afirmou que se este fosse o regime atua, o Brasil não estaria vivendo esta crise institucional e política. Segundo ele, o tema será discutido assim que os parlamentares voltarem do recesso que começa a partir da próxima semana e a ideia é estudar alternativas que possam valer a partir de 2019. Dilma: Brasil vai voltar a crescer Nesta quarta-feira, a presidenta Dilma Rousseff disse que o Brasil vai voltar a crescer e gerar cada vez mais empregos. Em cerimônia de inauguração de uma ponte em Laguna, no Estado de Santa Catarina, Dilma disse ser preciso construir pontes para unir as pessoas e atravessar as dificuldades, em meio a uma crise com sua base aliada no Congresso. – O que nós queremos no Brasil é que entre nós se construam pontes, porque juntos nós somos capazes de superar todas as dificuldades… Podem ter certeza, o Brasil vai voltar a crescer, gerar cada vez mais pontes como essa, gerar empregos e contar com sua população trabalhadora – disse Dilma em discurso. “Não vou cair” No dia 7 de julho, a presidenta Dilma Rousseff garantiu em entrevista publicada no jornal Folha de S. Paulo que não há base para isso e não vai cair. Dilma disse ainda que quer acelerar o ajuste fiscal e fará o possível para a recessão ser a menor possível. Na entrevista Dilma disse: “Eu não vou cair. Eu não vou, eu não vou. Isso é moleza, isso é luta política. As pessoas caem quando estão dispostas a cair. Não estou. Não tem base para eu cair. E venha tentar, venha tentar. Se tem uma coisa que eu não tenho medo é disso”. Na matéria a presidenta diz que “para tirar um presidente da República tem que explicar por que vai tirar”. – Confundiram seus desejos com a realidade, ou tem uma base real? Não acredito que tenha uma base real – completou. Dilma referiu-se a “uma certa oposição um tanto golpista”, mas disse que não acha que toda oposição “seja assim”.Apesar de atritos crescentes com lideranças do PMDB, especialmente o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), Dilma rejeitou qualquer problema com o partido – o maior da base governista e que tem o vice-presidente da República, Michel Temer– dizendo que não são os peemedebistas que querem seu afastamento e disse que acha o “PMDB ótimo.” Segundo a presidenta, acelerar o ajuste fiscal é fazer já tudo que for preciso, “porque quanto mais rápido fizermos, mais rápido sairemos dele”. Dilma disse ainda que o Executivo prepara “medidas estruturantes que contribuem ao mesmo tempo para o ajuste como para o médio e longo prazos”, mas não disse quais seriam as medidas. Admitindo estar surpresa com a intensidade da recessão da economia neste ano, Dilma disse que “até o final do ano vou fazer o diabo para fazer a menor (recessão) possível”.
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