O presidente da Charretur diz que atualmente não há turistas suficientes na ilha para sustentar os 17 donos de charrete
Por Redação - do Rio de Janeiro:
A Comissão de Proteção e Defesa dos Animais (CPDA), da OAB do RJ informou, na última quarta-feira, através de nota, que chegará ao fim uso da tração animal na Ilha de Paquetá ainda neste mês de maio. A decisão foi tomada depois de intensa negociação que resultou num termo de ajustamento( TAC), assinado entre a Ordem dos Advogados do Brasil seção Rio (OAB/RJ) e a Associação dos Charreteiros da Ilha de Paquetá.
Após vistoria realizada pela OAB foi constatado que a cocheira onde ficam os cavalos, construída pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente, em 2003, localizada na beira da Praia dos Frades, está em estado precário. O esgoto, com urina e fezes dos cavalos, que deveria estar ligado à rede sanitária, corre a céu aberto sendo despejado diretamente no mar.
Segundo a Comissão, os cavalos dormem em chão duro de concreto, dentro de baias com cerca de dois metros quadrados, visivelmente inadequadas para o tamanho dos animais. No local ainda faltam telhas, além de parecer ser usado como depósito de entulho. Além disso, a área foi interditada pela Defesa Civil desde 2010, quando um temporal fez deslizar a encosta do morro junto ao muro lateral, derrubando uma parede e soterrando um animal. Mesmo assim, os charreteiros continuam usando o lugar alegando não ter onde deixar os cavalos.
Segundo o presidente da Charretur, Jorge Rosa, cada charreteiro gasta em média cerca de R$ 1.400.00 com alimentação, veterinário e remédios. E é preciso ter no mínimo dois cavalos, alternando dias de trabalho. Ele diz também que atualmente não há turistas suficientes na ilha para sustentar os 17 donos de charrete.
Carros elétricos no lugar das charretes
De acordo com a prefeitura, a conversa com os charreteiros, que aceitaram substituir os cavalos por carros elétricos, está bem adiantada. A prefeitura afirma que os animais serão encaminhados para a fazenda-modelo, que fica em Pedra de Guaratiba, na Zona Oeste do Rio, onde há o Centro de Proteção Animal (CPA).
Para Reynaldo Velloso, presidente da Comissão da OAB, o fim deste absurdo se aproxima, pois a Prefeitura já comprou os carrinhos e está sendo apenas uma questão de tempo.
- Vamos acabar com a herança do chicote. A participação do poder municipal foi fundamental para que este sonho se transformasse em realidade. A Ilha de Paquetá torna-se um exemplo para o resto do país de que é possível acabar com o sofrimentos dos animais explorados em charretes sem extinguir a atividade turística e ainda ganhar muito em marketing positivo para o município - disse o presidente da CPDA/OAB-RJ.
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