Maduro identifica nova Operação Condor na América Latina

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Publicado Quarta, 22 de Julho de 2015 às 13:33, por: CdB

 

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Segundo Nicolás Maduro no último século, os "dólares que a República usava para o seu funcionamento provinham do petróleo"
Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, após recente visita à presidenta Dilma, revelou a existência de um plano de desestabilização da América Latina, em curso com o apoio do governo norte-americano. Em rápida entrevista ao diário argentino Página 12, Maduro, que se despedia da Cúpula presidencial do Mercosul com um discurso que reforçou o seu repúdio ao novo tipo de movimento desestabilizador que se ensaia no Brasil, na Argentina e na Venezuela, referiu-se aos governos brasileiro e argentino como partes fundamentais da resistência. – Valentes! Elas se manifestaram de maneira direta, correta, contra aqueles que querem esmagar os nossos povos. Dignas! Entrego a elas a minha saudação com todo o respeito e afeto. São lutadoras, lutam contra as conspirações, contra as campanhas midiáticas – afirmou. Leia, a seguir, os principais trechos da entrevista ao correspondente Darío Pignotti: – Existem cada vez mais fantasmas? – Existem fantasmas, claro. Porque os filhos da Operação Condor, de quarenta anos atrás, são agora os da Operação Abutre, que querem as nossas cabeças. Querem nos fazer desaparecer. Querem acabar com os governos progressistas, os processos de mudança, com os processos populares que construímos na nossa América Latina. Nós, na Venezuela, temos já dezesseis anos de experiência derrotando esses golpes de Estado, derrotando as guerras econômicas, as guerras psicológicas. O que aconteceu em todo esse tempo? Das 19 eleições realizadas no país, nós ganhamos da direita 18 vezes, e este ano vamos ganhar outra eleição (a legislativa, em dezembro), a de número 19. Mas eles não se importam, porque são golpistas, e vão continuar agindo da mesma forma. – Há um mês atrás, senadores golpistas brasileiros foram visitar seus correligionários em Caracas. – Bom, aquilo foi para fazer um gesto à direita mais violenta da Venezuela, a que acha que pode governar no grito. Eles realmente acham isso, que podem recuperar o poder em todos os nossos países da mesma forma que fizeram no passado. Eles foram os que governaram no nosso continente durante cem anos e ainda têm a mesma mentalidade autoritária, intervencionista, essa mentalidade pró-imperialista. Mas enfim, aqui estamos nós, para continuar derrotando essas manobras, e vamos derrotá-las. – Você vê instabilidade no Brasil? – Vemos uma grande força popular no Brasil, e se for desafiada ela vai reagir. Nós dissemos aqui que se tocam a Dilma, se tocam o Lula, o povo vai defender e vai triunfar. Cuba – Você me permite algumas perguntas a mais? Por exemplo, sua opinião sobre a retomada do diálogo entre Cuba e Estados Unidos. – Muito bem… eu acho excelente. Uma grande conquista, uma grande vitória da Cuba revolucionária de Fidel. Se manteve de pé o tempo inteiro, e no final o imperialismo teve que reconhecer esse fracasso histórico. – Isso contribui para a estabilidade na Venezuela? – A estabilidade na Venezuela nós temos que sustentar a partir das nossas próprias forças, porque o império quer nos destruir. – Presidente, o que o presidente Obama lhe disse na Cúpula das Américas (em abril no Panamá)? – Ele (Obama) disse que deveria ser realista com respeito à Venezuela, nós somos uma realidade, eles não podem nos apagar, porque somos uma realidade, um projeto de inclusão que está bastante vivo.

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