A organização não governamental Médicos Sem Fronteiras disse ter atendido imigrantes com ferimentos provocados por balas de borracha
Por Redação, com ABr - de Idomeni, Grécia/Berlim:
A polícia da Macedônia lançou nesta quarta-feira gás lacrimogêneo e granadas com gás de pimenta contra uma centena de imigrantes que se manifestavam ao longo da fronteira com a Grécia, três dias depois de incidentes semelhantes terem deixado dezenas de feridos.
Segundo um repórter da agência France Presse, a polícia lançou o gás quando cerca de 100 imigrantes forçavam a vedação de arame farpado em protesto contra o fechamento da fronteira da Macedônia.
A centenas de metros, do lado da fronteira da Macedônia ocorria uma visita oficial dos presidentes da Macedônia, Gjorge Ivanov, da Croácia, Kolinda Grabar Kitarovic, e da Eslovênia, Borut Pahor, ao Centro de Acolhimento de Migrantes de Gevgelija.
Quando começaram os incidentes, cerca de 40 policiais gregos se posicionaram entre a vedação e os imigrantes e os disparos de gás lacrimogêneo pararam rapidamente, segundo o jornalista. Os refugiados continuaram o protesto.
No domingo, pelo menos 260 imigrantes ficaram feridos quando a polícia da Macedônia lançou gás lacrimogêneo contra centenas de refugiados que tentaram forçar a vedação.
A organização não governamental Médicos Sem Fronteiras disse ter atendido imigrantes com ferimentos provocados por balas de borracha, mas o governo da Macedônia negou a utilização desse tipo de projétil
Os incidentes de domingo foram condenados por Atenas, mas Skopje responsabilizou as autoridades gregas, acusando-as de passividade diante da tentativa dos imigrantes de derrubar a vedação.
Apesar das múltiplas saídas para centros de acolhimento feitas desde domingo, 10.600 pessoas permaneciam nesta quarta-feira no campo improvisado de Idomeni, do lado grego da fronteira.
Abrigo de refugiados
O ataque incendiário contra um abrigo de refugiados na cidade alemã de Bingen am Rhein, executado na quinta-feira, não foi de cunho xenófobo. Um refugiado sírio acomodado no local admitiu, na terça-feira, ter colocado fogo no edifício e pintado uma suástica numa das paredes.
O sírio foi levado para uma prisão. De acordo com a polícia de Mainz, capital do estado da Renânina-Palatinado, o jovem de 26 anos foi preso no sábado, em Bingen, como principal suspeito. No domingo, a promotoria de Mainz emitiu uma acusação de incêndio criminoso.
Moradores do hotel incendiado, que estava sendo usado para abrigar refugiados e outros cidadãos dependentes de ajuda social, deram as pistas necessárias à polícia. Depois de negar o ato, o sírio acabou por confessar ter iniciado o incêndio no porão do edifício e de ter desenhado uma suástica para criar uma pista falsa.
À polícia, o jovem sírio afirmou ter incendiado a casa para alertar sobre as condições precárias de moradia e à falta de perspectivas, mas, em suas palavras, ele subestimou a dimensão que o fogo poderia tomar.
Segundo autoridades, 25 pessoas viviam no edifício, entre elas 13 refugiados da Síria e do Afeganistão, além de trabalhadores sazonais e alguns inquilinos permanentes. No incêndio, quatro moradores e dois bombeiros sofreram ferimentos leves. Os moradores foram levados a um alojamento emergencial para refugiados num ginásio esportivo municipal da cidade.
O incidente, inicialmente, causou indignação popular e resultou numa pequena manifestação em Bingen contra xenofobia e violência. Segundo a polícia, cerca de 200 pessoas participaram do ato, convocado no domingo por autoridades municipais, da Igreja e de partidos políticos.
No ano passado foram realizados 29 ataques contra abrigos de refugiados no estado de Rheinland-Pfalz.
Tags:
Relacionados
Edições digital e impressa
Utilizamos cookies e outras tecnologias. Ao continuar navegando você concorda com nossa política de privacidade.