Itália alerta sobre centenas de imigrantes mortos no Mediterrâneo

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Publicado Segunda, 18 de Abril de 2016 às 09:11, por: CdB

Presidente Sergio Mattarella pede que Europa reflita sobre políticas migratórias diante da retomada da perigosa rota entre Líbia e Itália

Por Redação, com agências internacionais - de Roma/Genebra:

O presidente italiano, Sergio Mattarella, afirmou nesta segunda-feira que centenas de imigrantes podem ter morrido num naufrágio no Mediterrâneo, perto da costa do Egito.

Num evento em Roma, Mattarella disse que a Europa precisa refletir sobre as políticas de migração diante de "mais uma tragédia no Mediterrâneo, em que parece haver centenas de mortos".

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Segundo ONG, 6 mil migrantes fizeram a travessia na última semana

O número de vítimas ainda não foi confirmado, mas a guarda costeira italiana informou que o grupo humanitário francês SOS Méditerranée encontrou seis corpos perto da ilha de Lampedusa. Cerca de cem pessoas foram resgatadas.

– O que é certo é que estamos mais uma vez diante de uma tragédia no Mediterrâneo, exatamente um ano depois da tragédia que tivemos em águas líbias – disse o ministro das Relações Exteriores da Itália, Paolo Gentiloni, referindo-se ao desastre que matou centenas de imigrantes na costa da Líbia em abril de 2015.

Com as restrições impostas pelos países dos Bálcãs a refugiados que tentam se dirigir ao oeste da Europa a partir da Grécia, a perigosa rota entre a Líbia e a Itália voltou a ser alternativa para milhares de requerentes de asilo.

Segundo Matarella, muitos barcos têm feito a travessia nos últimos dias. A Organização Internacional para as Migrações (OIM) estima que 6 mil imigrantes tenham feito a travessia com destino à Europa na semana passada.

França

O presidente francês François Hollande anunciou no último sábado uma ajuda de 100 milhões de euros ao Líbano, que acolhe mais de um milhão de refugiados sírios, e uma assistência militar imediata ao exército libanês. “A ajuda da França será elevada a 100 milhões de euros nos próximos três anos”, disse Hollande numa entrevista conjunta com o primeiro-ministro libanês, Tammam Salam, durante uma visita a Beirute.

Fonte da delegação de Hollande disse à agência France Presse que se trata de “uma aceleração” da ajuda ao Líbano, um país de 4,4 milhões de habitantes que acolhe 1,1 milhões de refugiados sírios. Hollande sublinhou o “contexto particularmente pesado” do Líbano, que “além das guerras” nas suas fronteiras e “da ameaça terrorista”, “ainda acolhe um grande número de refugiados”.

No domingo, segundo e último dia da visita ao Líbano, Hollande vai visitar um campo de refugiados onde se reunirá com famílias sírias que esperam obter asilo na França, que acolhe atualmente dez mil refugiados sírios.

Papa

Três famílias de refugiados sírios embarcaram o avião do papa Francisco voltando ao Vaticano neste sábado após sua visita relâmpago a uma ilha grega na linha de frente da crise de refugiados europeia, disse uma testemunha da agência inglesa de notícias Reuters.

– O papa desejava fazer um gesto de boas vindas a respeito dos refugiados, acompanhando em seu avião a Roma três famílias de refugiados da Síria, 12 pessoas ao todo, incluindo seis crianças – disse comunicado divulgado pelo Vaticano.

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