Isolado, Temer abrirá Jogos Olímpicos sem presença de ex-presidentes

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Publicado Sábado, 30 de Julho de 2016 às 13:11, por: CdB

Não bastasse a ausência dos ex-presidentes, Temer também tende a receber um baixo número de autoridades do primeiro escalão internacional

 
Por Redação - de Brasília
  Nenhum dos cinco ex-presidentes do Brasil estarão presentes à abertura dos Jogos Olímpicos de 2016, no estádio do Maracanã. Diante da possibilidade da vaia estrondosa, aos gritos de “Fora Temer!”, o presidente de facto é a antítese do presidente Luiz Inácio Lula da Silva quando, em 2009, o Rio de Janeiro foi escolhida como cidade-sede do evento que se inicia no próximo dia 5. José Sarney (PMDB), que governou o Brasil entre 1985 e 1990, declinou do convito por se recuperar de uma cirurgia no braço. Fernando Collor de Mello (PTC), presidente entre 1990 e 1992, simplesmente não justificou sua ausência. Fernando Henrique Cardoso (PSDB), presidente entre 1995 e 2002, passou por uma cirurgia no coração e ainda se recupera. Os petistas Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010) e Dilma Rousseff (2011-2016) afirmaram a assessores que não há ambiente político para a festa, no mesmo espaço com Temer. Ambos costumam afirmar que o afastamento, ainda que temporário, de Rousseff da Presidência, trata-se de um golpe de Estado.
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Temer, ao lado do senador José Serra (PSDB-SP), que ocupa o Ministério das Relações Exteriores: isolados
Em entrevista veiculada na Rádio França Internacional na última segunda-feira, a presidenta disse que a escolha do Rio como sede era resultado de esforços dela e de Lula e reafirmou que não estará nos jogos. — Não pretendo participar da Olimpíada em uma posição secundária. Não bastasse a ausência dos ex-presidentes, Temer também tende a receber um baixo número de autoridades do primeiro escalão internacional. Apenas quatro chefes de Estado do G20 (os 19 países mais ricos do mundo e a União Europeia) confirmaram a presença na solenidade de abertura. São eles, o francês François Hollande, o italiano Mateo Renzi, o argentino Maurício Macri e o australiano Peter Cosgrove. Ao todo, menos de 50 representantes dos 207 países participantes dos jogos informaram ao Palácio do Planalto que estarão na abertura.

O isolacionismo de Temer

Um dos motivos seria a crise política e o isolacionismo do governo peemedebista. — Temer é um interino em meio a uma guerra de versões. Seus aliados dizem que seu governo é legítimo. Os petistas afirmam que houve um golpe. Ou seja, há uma disputa retórica que fez circular no exterior essa versão de que o país passa por uma ruptura institucional, um golpe. Isso inibe fortemente a presença de outros chefes de Estado — analisou o professor Azevedo ao diário conservador espanhol El País. Diplomatas consultados pela reportagem do jornal madrilenho, contudo, dizem que a crise de segurança internacional, decorrente de diversos ataques terroristas, e o fato de o Brasil ter sediado uma série de grandes eventos nos últimos anos – Rio +20, em 2012, Copa das Confederações, em 2013, e Mundial, em 2014 – também afastaram os líderes mundiais do torneio. “O fato é que Temer vai colher os louros - ou as vaias – com poucas autoridades ao seu lado”, conclui o jornal.
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