Candidato conservador à presidência da França nega acusação de ter criado empregos falsos para a mulher e os filhos e afirma que ele e as eleições são vítimas de "assassinato político"
Por Redação, com DW - de Paris:
O candidato dos conservadores à presidência da França, François Fillon, disse nesta quarta-feira que vai ser formalmente investigado por ter supostamente criado empregos falsos para a mulher e os filhos, mas que mantém a sua candidatura às eleições de 23 de abril.
Fillon disse em Paris que foi chamado para comparecer perante um juiz no dia 15 de março e negou as acusações. Classificando-as de assassinato político. Ele disse que não vai renunciar a sua candidatura. Porque "só o sufrágio universal e não um processo judicial" pode decidir quem será o próximo chefe do Estado francês.
– Não apenas eu estou sendo assassinado. Mas a eleição presidencial – acrescentou Fillon. "O Estado de Direito está sendo sistematicamente violado" e "a presunção de inocência desapareceu por completo", afirmou.
Investigação
Na França, quando um suspeito é submetido a uma investigação formal (mise en examen). Isso significa que há indícios consistentes de que ele tenha cometido um crime. Fillon é suspeito de desvio de fundos públicos por ter alegadamente criado empregos fictícios para a mulher e os dois filhos.
Na manhã desta quarta-feira, o candidato conservador cancelou subitamente, sem apresentar qualquer explicação, uma visita ao Salão da Agricultura de Paris, parada obrigatória para qualquer candidato presidencial francês. Mais tarde, anunciou que faria uma declaração pública. O cancelamento alimentou rumores de que Fillon renunciaria à candidatura, o que acabou não acontecendo.