Os jihadistas foram obrigados a retirar as suas forças da cidade estratégica de Tal Abyadh no norte da província, perto de fronteira turca
Por Redação, com Sputnik Brasil - de Beirute:
O Exército sírio e as forças populares aliadas causaram grandes baixas aos terroristas do Estado Islâmico no norte da província de Raqqa em uma série de combates violentos, informou a agência FARS.
A aviação síria eliminou um comboio militar do grupo terrorista EI, matando dezenas de terroristas e destruindo os seus veículos.
Os jihadistas foram obrigados a retirar as suas forças da cidade estratégica de Tal Abyadh no norte da província, perto de fronteira turca, em resultado de ataques das Unidades de Proteção Popular (YPG) e das Forças Democráticas Sírias.
Ao mesmo tempo, na província síria de Daraa, cerca de 250 militantes largaram as armas face à ofensiva das forças governamentais, que avançam por todo o país, informou a FARS.
Nas últimas semanas, o Exército sírio e os seus aliados tem atacado as linhas de defesa dos militantes e centros de concentração no país.
Na última segunda-feira foi publicada a declaração conjunta dos EUA e da Rússia sobre a Síria, sobre o cessar-fogo entre as tropas do governo sírio e os grupos armados da oposição a partir de 27 de fevereiro, sem o mesmo, no entanto, ser aplicado ao EI, Frente al-Nusra e outras organizações que a ONU considera como terroristas.
Pouco antes de o cessar-fogo ter entrado em vigor, o Conselho de Segurança da ONU adotou a resolução 2268 sobre este acordo russo-americano.
Desde o cessar-fogo, a Rússia está se focando no fornecimento da ajuda humanitária às regiões sírias. Durante dois dias foram fornecidas 2,5 toneladas da alimentação às povoações nas províncias de Homs e Latakia que aderiram ao cessar-fogo.
Jornalistas atacados na Síria
Os jornalistas que ficaram sob fogo de artilharia em Latakia na terça-feira sobreviveram graças ao profissionalismo dos oficiais russos, disse a repórter Cristina Guiliano, da agência de notícias italiana Askanews.
Ninguém foi morto no incidente, quatro jornalistas ficaram feridos. Eles receberam assistência médica logo após o bombardeio.
– É óbvio que o incidente foi uma surpresa para mim e para os outros jornalistas. Mas, na verdade, fiquei surpresa com a reação rápida dos militares. Algumas pessoas ficaram feridas, mas poderia ter sido muito pior – disse Guiliano, que testemunhou o bombardeio.
Ela acrescentou que os ferimentos foram causados por pânico quando os jornalistas foram atacados.
– Nós ficámos feridos apenas porque não estávamos vestidos de maneira própria. Estava quente, e os nossos braços e pernas não estavam protegidos. Eu não fiquei ferida. Mas algumas pessoas caíram no chão, outros estavam rastejando, e eles ficaram feridos – explicou ela.
Segundo a jornalista, o incidente foi destinado a prejudicar o processo de paz na Síria, que se tornou possível principalmente devido aos esforços russos.
– Quando chegámos a Latakia na noite passada, ficou claro que a situação tinha mudado. Estava tranquilo no aeródromo. A Rússia tem feito progressos e atingiu o cessar-fogo. Mas alguns não estão felizes com isso, especialmente os terroristas – disse Cristina Giuliano.
O repórter grego Thanassis Avgerinos também destacou que os jornalistas só sobreviveram graças aos militares russos no local.
– Os militares salvaram-nos. Depois, os ataques continuaram exatamente no lugar em que tínhamos estado antes. Nós fugimos, enquanto três residentes locais morreram e oito ficaram feridos – disse ele à RIA Novosti.
O bombardeio foi realizado perto da fronteira com a Turquia, a partir da povoação de Dama, perto de Idlib, de acordo com o porta-voz do Ministério da Defesa da Rússia Igor Konashenkov.
De acordo com um oficial da Síria, o bombardeio foi levado a cabo por militantes da Frente al-Nusra.
Este ataque contra jornalistas vem após a cessação das hostilidades que entrou em vigor à meia-noite de 27 de fevereiro. Em 20 de fevereiro de 2016, a Rússia e os EUA chegaram a acordo sobre um cessar-fogo na Síria. Este instrumento cessa oficialmente as hostilidades entre as forças governamentais e oposicionistas na Síria com o objetivo de aumentar a eficiência do combate aos grupos terroristas que ocupam várias áreas nesse país.