Por Redação, com agências internacionais - de Beirute:
Membros do grupo extremista "Estado Islâmico" (EI) capturaram mais de duzentos civis, incluindo cristãos, numa cidade na região central da Síria, disse nesta sexta-feira o Observatório Sírio dos Direitos Humanos.
- O Daesh (acrônimo em árabe para a organização terrorista) sequestrou ao menos 230 pessoas, incluindo ao menos 60 cristãos, durante uma ofensiva em Al-Qaryatain - afirmou Rami Abdel Rahman, diretor da organização que monitora a condição dos direitos humanos no país.
Muitos dos cristãos haviam fugido da província de Aleppo, no norte da Síria, em busca de refúgio em Al-Qaryatain. Rahman disse que os sequestrados foram acusados pelo EI de "colaborar com o regime" sírio e que seus nomes constavam numa lista em posse dos jihadistas durante a ofensiva. Famílias que tentavam fugir ou se esconder foram capturadas pelos extremistas.
Al-Qaryatain está localizada num ponto intermediário entre o território ocupado pelo EI na província de Homs, no leste, e a região de Qalamun, no oeste. Segundo um cristão sírio de Al-Qaryatain, que atualmente vive em Damasco, a população cristã na cidade foi reduzida para cerca de trezentas pessoas.
Em maio, homens encapuzados sequestraram o padre católico sírio Jacques Mourad no monastério sírio Mar Elian, em Al-Qaryatain, próximo à cidade histórica de Palmira, controlada pelos jihadistas. Mourad, conhecido por prestar assistência a muçulmanos e cristãos, preparava ajuda humanitária para refugiados vindos de Palmira.
Em fevereiro, os extremistas haviam capturado ao menos 250 cristãos assírios, muitos dos quais eram mulheres ou crianças, em ataques a vilarejos no norte da Síria. Até o momento, não se sabe o que aconteceu a muitas dessas pessoas, assim como a sacerdotes que estão desaparecidos. Entidades cristãs acreditam que os religiosos estejam sob poder do EI.
Mal comum
A Rússia e os EUA têm o entendimento de que o Estado Islâmico representa um mal comum, e tanto Moscou, quanto Washington, concordam com a necessidade de unir os esforços para combatê-lo, declarou no dia 5 de agosto, o chanceler russo Sergei Lavrov.
Para tanto, ele destacou que ambos os países acertaram promover um encontro entre especialistas do ministério das Relações Exteriores da Rússia e do Departamento de Estado dos EUA para discutir os termos de uma possível cooperação no combate ao EI.
As declarações se deram após Lavrov ter se reunido com o Secretário de Estado dos EUA John Kerry no âmbito do fórum da Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), na Malásia.
- Na conversa que tivemos alguns dias atrás, no Catar, mediante participação do ministro das Relações Exteriores da Arábia Saudita, discutimos, antes de tudo, problemas no Oriente Médio e no norte da África. Todos nós concordamos que o Estado Islâmico é uma ameaça comum, um mal comum - disse o chanceler russo.
- Nós estamos de acordo com a necessidade de unir esforços na luta contra este fenômeno o mais rápido e eficiente possível, mas nós ainda não temos uma abordagem comum de como exatamente fazê-lo, dadas as contradições existentes entre diversos 'atores do mundo'. Este é um tema para nossos próximos contatos. Nós acordamos que especialistas do ministério das Relações Exteriores da Rússia e do Departamento de Estado dos EUA continuarão a desenvolvê-lo. Seremos guiados pelas iniciativas de que dispomos hoje - explicou Lavrov.
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