Os Estados Unidos identificaram a área ao norte de Aleppo, outrora um grande pólo comercial da Síria, como uma prioridade na luta contra o grupo sunita radical
Por Redação, com Reuters - de Beirute:
Combatentes do Estado Islâmico capturaram territórios de rebeldes da Síria perto da fronteira da Turquia nesta sexta-feira e chegaram mais perto de uma cidade localizada em uma rota de suprimento de insurgentes que têm apoio do exterior no combate aos jihadistas, informou um grupo de monitoramento.
O grupo extremista vem lutando com rebeldes na área há vários meses. Estes, que são supridos via Turquia, realizaram uma grande ofensiva contra o Estado Islâmico no mês passado, mas o grupo contra-atacou e os repeliu.
Os Estados Unidos identificaram a área ao norte de Aleppo, outrora um grande pólo comercial da Síria, como uma prioridade na luta contra o grupo sunita radical.
O Observatório Sírio para Direitos Humanos, que tem sede em Londres, disse que o avanço desta sexta-feira foi o maior do Estado Islâmico na província de Aleppo em dois anos, e deixou os jihadistas a 5 quilômetros de Azaz, cidade próxima da fronteira turca através da qual os insurgentes vêm recebendo suprimentos.
O Estado Islâmico disse em um comunicado na Internet que ocupou vários vilarejos próximos de Azaz.
Iraquianos
Mais de 4,2 mil iraquianos fugiram de Mosul para a Síria em maio, disse o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) nesta sexta-feira, acrescentando que se prepara para a saída de mais de 50 mil pessoas da cidade tomada pelo Estado Islâmico rumo à fronteira.
O catalisador do êxodo parecem ser relatos de que militantes do grupo radical intensificaram as execuções de homens e meninos em Falluja desde que forças do governo do Iraque lançaram uma ofensiva para retomar a cidade, onde as pessoas também estão morrendo de inanição, afirmou o Acnur.
O Exército iraquiano iniciou uma operação na segunda-feira para expulsar os extremistas sunitas de Falluja, que fica a 50 quilômetros de Bagdá. Falluja foi a primeira cidade iraquiana a cair nas mãos do Estado Islâmico, em janeiro de 2014, e está fortemente sitiada há cerca de seis meses.
Espera-se que as forças iraquianas, com ajuda de uma coalizão dos Estados Unidos, tentem retomar Mosul, capital de fato do Estado Islâmico no Iraque, até o final deste ano.
– Na verdade vimos um aumento nos números de refugiados iraquianos que estão se arriscando na travessia perigosa para a Síria por desespero. Imaginem só isso, temos refugiados fugindo para a Síria. É uma tentativa desesperada de escapar da Mosul controlada pelo Estado Islâmico – disse a porta-voz do Acnur, Melissa Fleming.
– Neste momento eles passam um pouco de 4 mil, mas estamos prevendo 50 mil. Existem contingências para números em potencial que podem estar chegando... eles não têm muitas opções de lugares para fugir naquela região, então estamos nos preparando.