Às 10:42, o dólar avançava 0,61%, a R$ 3,6182 na venda, após marcar em março a maior queda mensal em treze anos
Por Redação, com Reuters - de São Paulo:
O dólar avançava acima de R$ 3,60 nesta sexta-feira, em uma sessão marcada por alguma volatilidade, influenciado pelo noticiário político misto no Brasil, pela atuação do Banco Central e pelo cenário externo desfavorável.
Às 10:42, o dólar avançava 0,61%, a R$ 3,6182 na venda, após marcar em março a maior queda mensal em treze anos. O dólar atingiu R$ 3,6211 na máxima do dia e recuou a R$ 3,5787 na mínima.
- Não dá para saber direito qual o saldo das notícias, se é positivo ou negativo. O mercado fica um pouco ao léu - disse o superintendente de câmbio da corretora Intercam, Jaime Ferreira.
Os mercados financeiros vêm reagindo positivamente a notícias que possam aumentar as chances de impeachment da presidente Dilma Rousseff e vice-versa.
Muitos operadores acreditam que eventual troca no governo poderia ajudar a colocar a economia nos eixos, mas alguns ponderam que a instabilidade política tende a afetar a confiança dos agentes econômicos.
Nesta manhã, a operação Lava Jato iniciou nova fase investigando empréstimo fraudulento de R$ 12 milhões contraído junto ao Banco Schahin supostamente direcionado ao PT.
A investigação vem um dia após dezenas de milhares protestarem em diversas cidades do país contra o impeachment de Dilma, que classificam como golpe para derrubar o governo.
Outro foco de atenção é a atuação do BC, que sinalizou na noite passada que deve rolar apenas cerca de metade do lote de swaps tradicionais, equivalentes a venda futura de dólares, que vencem em maio, menos do que os 67% repostos no mês anterior.
No entanto, a autoridade monetária não anunciou leilão de swap reverso, equivalente a compra futura de dólares, para esta sessão, atuação classificada como "cautelosa" por um operador de um banco que lida diretamente com o BC.
- Ele está agindo de pouco em pouco. Deixa claro que está de olho em quedas excessivas (do dólar), mas não vai mostrar todas as armas de uma vez - afirmou.
Segundo ele, isso contribuía para fazer o dólaravançar menos frente ao real do que contra outras moedas da América Latina, como o peso e mexicano.
A moeda norte-americana era sustentada por expectativas de que o Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, eleve os juros mais cedo neste ano após os salários e os empregos no país crescerem em março. Os juros futuros nos EUA indicavam elevação de juros em setembro e chance de pouco mais de um terço de aumento em junho.
Juros mais altos nos EUA podem atrair para a maior economia do mundo recursos aplicados em países como o Brasil, pressionando o câmbio.
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