Dólar salta 2% e vai a R$3,65

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Publicado Segunda, 31 de Agosto de 2015 às 08:03, por: CdB
Por Redação, com Reuters - de São Paulo: O dólar saltava 2%o frente ao real e renovava as máximas em mais de doze anos nesta segunda-feira, pressionado por preocupações com a situação fiscal do Brasil e temores de que o país possa perder seu selo de bom pagador, mesmo após o Banco Central reforçar sua intervenção no câmbio.
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A apreensão com o cenário local somou-se à pressão vinda dos mercados externos
Os movimentos locais também vinham em linha com os mercados externos, que sofriam o efeito de novo tombo da bolsa chinesa, acentuados também pela briga pela formação da Ptax de agosto. A taxa, calculada pelo BC, serve de referência para diversos contratos cambiais e operadores costumam disputar para deslocá-la a patamares mais favoráveis a suas operações. Às 10:20, o dólar avançava 1,99%, a R$ 3,6565 na venda. Na máxima da sessão, a divisa subiu 2,07%, a R$ 3,6595, maior nível desde 14 de fevereiro de 2003, quando foi a R$ 3,6700. - Não há nada de animador, nada de boas notícias - disse o superintendente de câmbio da corretora Tov, Reginaldo Siaca. - Desde que me entendo por gente, este está sendo um dos piores momentos para o mercado financeiro - completou. A imprensa noticiou que a proposta de Orçamento de 2016 que será enviada pelo governo ao Congresso nesta segunda-feira trará projeção de déficit primário para o ano que vem. Investidores entenderam que essa decisão deixaria o Brasil mais próximo de perder seu grau de investimento, o que provocaria intensa fuga de capitais dos mercados locais. A apreensão com o cenário local somou-se à pressão vinda dos mercados externos, onde o dólar fortalecia em relação às principais moedas emergentes diante de preocupações com a desaceleração da economia chinesa, e levava a moeda norte-americana a saltar em relação ao real mesmo diante da intervenção do BC. Após o fechamento dos negócios na sexta-feira, o BC anunciou para esta sessão leilão de venda de até US$ 2,4 bilhões com compromisso de recompra em 4 de novembro de 2015 e 2 de dezembro de 2015. Além disso, sinalizou que deve rolar integralmente os swaps cambiais, contratos equivalentes a venda futura de dólares, que vencem em outubro. - O BC não consegue estancar a alta do dólar, e nem quer. Ele quer deixar claro que está ali para fornecer liquidez, mas o problema agora não é de liquidez, é de fundamentos - disse o superintendente de derivativos de um importante banco nacional.
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