De acordo com especialistas, ainda não existe certeza de nova queda do dólar
Por Redação - do Rio de Janeiro:
O dólar atingiu o menor índice em quase um ano ao operar em queda de 1,12% na manhã desta quarta-feira, chegando a R$ 3,3857. Para especialistas, além dos fatores externos comandado pelos números positivos das importações da China, alta dos preços do petróleo e enfraquecimento das expectativas de uma alta de juros nos EUA em curto prazo, a queda também sofreu influência após a declaração de Ilan Goldfajn, novo presidente do Banco Central, que defendeu um regime de câmbio flutuante.
Com as últimas quedas da moeda norte-americana, o Banco Central intervia com leilões de swap cambial reverso para amenizar uma queda mais brusca do dólar. A intenção era defender o piso do dólar em R$3,50 para proteger as exportações brasileiras, apesar das consequências inflacionárias do dólar com um valor mais elevado. Contudo, após as declarações do atual presidente do BC, acredita-se que o banco deva realizar menos intervenções no mercado de câmbio, já que é o sexto dia seguido sem novas ações da instituição.
De acordo com Fernando Bergallo, diretor da assessoria de câmbio FB Capital, "os dois principais motivos que impactaram significativamente na queda do dólar foram a economia americana, com muitas empresas fechando lojas e adiando a alta dos juros e a fala do novo presidente do BC".
- Os dois fatores convergiram fazendo com que o dólar chegasse a um número que não víamos desde junho do ano passado - analisou.
Para Caio Esteves, analista sênior de câmbio da FN Capital, a declaração de Ilan Goldfajn deve animar o mercado.
- Acredito que um regime com câmbio flutuante seja muito benéfico, pois daria maior independência ao mercado. Essa decisão faz com que ele [mercado] se ajuste naturalmente, deixando a demanda e a oferta comandarem a volatilidade. A provável consequência é a moeda americana em queda, testando até casa dos R$ 3,20 - disse.
Sem garantia de nova queda do dólar
Segundo Bergallo, não existe certeza de nova queda e é um bom momento para a compra da moeda-americana.
- Apesar da queda ser embasada por fundamentos circunstanciais e não meramente por especulações, não há garantia que o dólar continue caindo, já que os fundamentos da economia continuam inalterados e qualquer mudança surtirá efeito apenas em longo prazo. Quem precisa enviar remessas em dólar vai entrar comprando tudo e tende a se estabilizar novamente. O momento é oportuno e não tem motivo para esperar mais - afirmou.
Dólar
Às 10:30, o dólar recuava 1,63%, a R$ 3,3925 na venda. A moeda norte-americana atingiu R$ 3,3816 na mínima da sessão, menor nível intradia desde 31 de julho de 2015 (3,3346 reais). O dólar futuro perdia cerca de 1,5%.
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