Segunda, 22 de Fevereiro de 2016 às 09:06, por: CdB
O rápido aumento da chegada de refugiados, a partir do fim do verão de 2015, reverteu a tendência de crescimento demográfico que, até junho, era inferior à registrada no mesmo período de 2014
Por Redação, com ABr - de Copenhague/Berlim/Atenas:
A Suécia registrou aumento recorde da população entre 2014 e 2015, cerca de 1%, devido à onda de refugiados que chegaram ao país, informou nesta segunda-feira o Gabinete Nacional de Estatísticas sueco.
A população da Suécia era, em 31 de dezembro de 2015, de 9.851.017 pessoas, mais 103.662 do que em 2014, segundo os números citados pela agência EFE.
O recorde anterior de crescimento populacional no país de um ano para outro era de mais 1.171 pessoas e foi registrado de 2013 para 2014.
O saldo positivo de imigrantes em 2015 foi de 78.410 pessoas, ou seja, 77% do total do aumento populacional.
O rápido aumento da chegada de refugiados, a partir do fim do verão de 2015, reverteu a tendência de crescimento demográfico que, até junho, era inferior à registrada no mesmo período de 2014.
Um em cada quatro imigrantes que chegaram à Suécia em 2015 era procedente da Síria, segundo o Gabinete.
A Suécia recebeu 163 mil pedidos de asilo em 2015, o valor per capita mais alto de toda a União Europeia, o que levou a alterações na política de asilo, com um endurecimento dos critérios para a concessão do Estatuto de Refugiado, e à reintrodução de controles fronteiriços.
O ministro do Interior, Anders Ygeman, anunciou em janeiro que o governo prevê a expulsão de 60 mil a 80 mil dos candidatos a asilo que entraram no país no ano passado.
– Já que o tempo de tramitação para a concessão de autorização de residência supera frequentemente um ano, muitos dos que vão receber só serão contabilizados como imigrantes em 2016 ou 2017 – explicou o Gabinete de Estatísticas.
Os números oficiais mostram também que, pela primeira vez desde que existem registros demográficos no país, a população masculina supera a feminina, entre outras razões porque a maioria dos imigrantes é homem.
Centro para refugiados homossexuais
O segundo centro para refugiados homossexuais na Alemanha abre nesta terça-feira em Berlim e vai acolher mais de 120 pessoas, anunciou nesta segunda Marcel de Groot, que dirige uma associação de aconselhamento dirigida a homossexuais, a Schwulenberatung.
O acolhimento será em um edifício de quatro andares no leste da capital alemã, onde 29 apartamentos vão receber 122 refugiados homossexuais e transexuais. Um centro semelhante foi inaugurado em 1º de fevereiro em Nuremberg, no Sul do país e foi o primeiro do gênero na Alemanha.
Muitos requerentes de asilo homossexuais vêm de países onde sua orientação sexual é considerada um crime, lembrou Groot, em coletiva de imprensa, lamentando que uma vez na Alemanha eles continuem a ser vítimas de violência, verbal ou física, de ameaças e de discriminação por parte de outros refugiados e, por vezes, do pessoal de segurança.
Groot insistiu na “necessidade” de criação do centro para que “as pessoas possam viver sem temer a violência ou a discriminação”.
– Alguns são ‘apenas’ insultados, outros são ameaçados. Há muitos exemplos. O medo é insuportável. Eu sei, eu vivi isso – disse Mahmoud Hassino, um jornalista sírio e ativista gay que fugiu da Síria em 2014 e trabalha agora na Schwulenberatung.
Grécia e a Macedônia
Cerca de 8 mil imigrantes estão retidos na fronteira entre Grécia e Macedônia e no principal porto grego. Segundo a polícia, são cerca de 5 mil refugiados e migrantes retidos no posto de Idomeni, na fronteira com a Macedônia, e outros 3 mil no Porto de Pireu. Com isso, o governo grego anunciou negociações diplomáticas com o governo da Macedônia que, na última sexta-feira, fechou sua fronteira para refugiados afegãos.
– Iniciamos negociações diplomáticas. Acreditamos que o problema vai ser resolvido – disse o ministro-adjunto do Interior para as Migrações, Ioannis Mouzalas, a uma emissora do parlamento grego, sem adiantar que medidas estão sendo tomadas.
O bloqueio do fluxo migratório para os países da Europa central e do norte, que até agora permitia a passagem de sírios, iraquianos e afegãos, ocorre depois que a Áustria decidiu limitar a 80 o número de pedidos de asilo por dia e a 3,2 mil o número de pessoas autorizadas a passar pela fronteira.
– Se Áustria fechar as suas fronteiras haverá um efeito dominó" na rota que atravessa os países dos Balcãs, afirmou uma fonte governamental que acrescentou ainda: "Não esperamos uma solução diplomática hoje.
As ilhas gregas continuam a ser a principal porta de entrada dos migrantes na Europa. Depois de registrados nas ilhas, os migrantes deslocam-se para o principal porto de Atenas, o Pireu, de onde seguem para o campo de refugidos de Idomeni. Do campo, saem de território grego com destino sobretudo à Alemanha e a países escandinavos.
O ministro do Interior alemão, Thomas de Maizière, criticou no domingo “a inaceitável” decisão da Áustria, que convocou uma minicúpula sobre migrações com os líderes dos países balcãs para quarta-feira.
– Não funcionará se alguns países pensarem que podem resolver o problema colocando peso extra nas costas da Alemanha – disse o ministro alemão, acrescentando que vai levantar a questão na próxima reunião de ministros do Interior da União Europeia (UE) na próxima quinta-feira.
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