Rio de Janeiro, 22 de Dezembro de 2024

Com base aliada rachada, Alexis Tsipras tenta aprovar reformas

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Quarta, 15 de Julho de 2015 às 12:11, por: CdB

O primeiro-ministro Alexis Tsipras tenta nesta quarta-feira obter a aprovação no Parlamento grego do acordo com os credores, que permitirá a Atenas ter acesso a seu terceiro programa de resgate. Para isso, no entanto, Tsipras enfrenta uma crescente oposição dentro de seu partido, o Syriza. Os rebeldes da base aliada criticam o premiê por fazer concessões em favor de medidas de austeridade que contrariam suas promessas de campanha eleitoral.

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Tsipras enfrenta uma crescente oposição dentro de seu partido, o Syriza
Dezenas de parlamentares, incluindo membros de destaque da bancada de apoio ao Syriza, podem rejeitar o pacote resgate – parcial ou totalmente. Isso forçaria Tsipras a depender de deputados pró-Europa, da oposição, para vencer a votação, esperada para depois da meia-noite (horário local). Nas deliberações que antecedem as sessões plenárias, a presidente do Parlamento, Zoi Konstantopoulou, correligionária de Tsipras, apelou para que os deputados rejeitem o projeto de lei. Para ela, os parlamentares não podem deixar que seja “completada a chantagem” ao país – que, segundo ela, teria sido planejada na Alemanha e selada em Bruxelas. A quarta-feira começou complicada para Tsipras, que recebeu a carta de demissão da vice-ministra das Finanças, Nadia Valavani. A deputada disse que não pode votar a favor da emenda e, em consequência, não pode ficar no governo. Já o recém-nomeado ministro das Finanças, Euclid Tsakalotos, disse aos parlamentares que o acordo é mais forte do que o pacote de resgate de novembro de 2012. Para ele, o novo acordo inclui um compromisso mais forte dos credores para discutir a reestruturação da dívida. - É um acordo difícil, um acordo que apenas o tempo mostrará se é economicamente viável - disse o ministro a parlamentares durante um debate sobre as reformas. Se a maioria parlamentar do primeiro-ministro de fato entrar em colapso, uma eleição antecipada pode ter que ser convocada. - A escolha entre o resgate ou a catástrofe é uma escolha feita sob terror - disse Panagiotis Lafazanis, que lidera a ala de extrema esquerda do Syriza. Polícia de prontidão Na praça Syntagma, à frente do Parlamento, sindicatos e grupos políticos preparam protestos contra as medidas de austeridade durante a votação do pacote. Funcionários públicos começaram uma greve de 24 horas. Farmacêuticos fecharam seus estabelecimentos, e trabalhadores do município paralisaram as atividades em protesto. Eles marcharam pela manhã na capital grega e prometeram greves em larga escala. A polícia está de prontidão em Atenas e nas maiores cidades do país. Segundo o Ministério das Finanças, as agências bancárias pelo país estão fechadas há uma semana, e devem permanecer até quinta-feira. A oposição ao acordo é bastante restrita. Conforme pesquisa de opinião publicada na terça-feira, 70% da população querem que o Parlamento aprove as medidas que viabilizam o pacote. - Depois de cinco anos de cortes salariais e medidas severas, os europeus ainda querem mais - disse Stavros Koutsioubelis, porta-voz do sindicato do setor público Adedy. E opina por sua vez Christos Vagenas, que votou no Syriza: “Existia uma proposta diferente antes das eleições, por isso essas medidas não deveriam ser aprovadas. Se forem aprovadas, eles não deveriam implementá-las". O projeto de lei que foi apresentado na terça-feira no Parlamento foi montado com base nas demandas dos credores, após a reunião de cúpula decisiva da zona do euro, na qual um acordo preliminar foi definido. Na ocasião, foram prometidas reformas que se tornaram condição para que o país receba o resgate de 86 bilhões de euros. Em Bruxelas, a Comissão Europeia propôs ajudar a Grécia com um empréstimo de mais de 7 bilhões de euros como uma medida paliativa a fim de que o país consiga enfrentar o mês de julho, enquanto o pacote de três anos é preparado. O apoio seria dado pelo Mecanismo Europeu de Estabilidade Financeira, mas só será liberado após o Parlamento aprovar as reformas, e o governo adotar medidas firmes para implementá-las.

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