Atletas vão competir em águas poluídas no Rio, diz Associated Press

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Publicado Quinta, 30 de Julho de 2015 às 08:37, por: CdB
Por Redação, com Reuters - do Rio de Janeiro As águas da Baía de Guanabara, da Lagoa Rodrigo de Freitas e da praia de Copacabana, que receberão diferentes competições durante os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro em 2016, estão contaminadas com vírus causadores de doenças, revelou um estudo publicado pela agência de notícias Associated Press nesta quinta-feira.
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No entanto, o governo já reconheceu que não vai cumprir a meta de tratar 80% do esgoto Remadores treinam na Lagoa Rodrigo de Freitas no Rio de Janeiro
  Testes virais encomendados pela AP a especialistas em qualidade de água do Brasil e do exterior revelaram alta presença de vírus que se replicam no trato intestinal ou respiratório das pessoas, conhecidos por causar doenças estomacais, respiratórias e outras, incluindo diarreia aguda e vômitos. Segundo a agência, as concentrações dos vírus foram aproximadamente as mesmas que são encontradas no esgoto, mesmo na praia de Copacabana, onde serão realizadas as provas de natação do triatlo e de maratona aquática nos Jogos Olímpicos. O local mais poluído é a Baía de Guanabara, palco das competição de vela, enquanto a Lagoa Rodrigo de Freitas, que receberá provas de remo e canoagem, também apresentou altos índices de contaminação. Iatistas brasileiros e estrangeiros que velejam no Rio de Janeiro há muitos anos reclamam da poluição da Baía de Guanabara, cuja limpeza era uma promessa das autoridades da cidade quando se candidatou a receber os Jogos Olímpicos. No entanto, o governo já reconheceu que não vai cumprir a meta de tratar 80% do esgoto lançado no local e tem buscado medidas paliativas para enfrentar o problema, como a construção de barreiras no entorno da raia olímpica e a limpeza da superfície por meio de barcos. O local receberá um evento-teste para os Jogos entre os dias 15 e 22 de agosto. Obras olímpicas  
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  No dia 16 de julho, a Justiça Federal concedeu liminar que suspende as obras no entorno da Lagoa Rodrigo de Freitas, destinadas à construção de arquibancadas flutuantes para as competições de remo nos Jogos Olímpicos de 2016, informou a Procuradoria da República no Estado do Rio de Janeiro. A liminar foi concedida após ação do Ministério Público Federal do Rio, cujo objetivo é que nenhuma obra seja iniciada sem que o órgão técnico, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), se pronuncie, para verificar se a construção está dentro dos limites máximos permitidos para instalações provisórias. - Os interesses na organização dos Jogos, por mais bem-intencionados que sejam, não podem ser privilegiados frente ao interesse maior de proteger o conjunto paisagístico da Lagoa Rodrigo de Freitas, que é um interesse de toda a sociedade - afirmou o procurador da República Jaime Mitropoulos, autor da ação. A decisão judicial determina que o Iphan apresente cópia da análise técnica que concluiu pela revisão da proposta de instalação das arquibancadas para os Jogos, que serão construídas no espelho d'água da lagoa. - O município e o Estado do Rio de Janeiro devem, ainda, abster-se de conceder licenças ambientais e de obras sem autorização prévia do Iphan - segundo comunicado da procuradoria. O comitê organizador prevê a implantação de estrutura sobre o espelho d'água da Lagoa, na qual seria instalada arquibancada para 10 mil espectadores. Com dimensões de 13.800 metros quadrados (320mx40m), a estrutura abrigaria, além dos assentos, toda estrutura de apoio, como banheiros, lanchonetes e lojas. Em agosto, está previsto a realização de evento-teste na Lagoa com o Campeonato Mundial Júnior de Remo. Nos Jogos de 2016, o local também sediará as provas de canoagem de velocidade. A Lagoa Rodrigo de Freitas passou recentemente por outro problema. Em abril, dezenas de toneladas de peixes mortos foram retirados do local. Autoridades argumentam que eles morreram por causa de uma queda de temperatura na água, mas há suspeita de que a causa pode ter sido a poluição.    
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