Ataque em fábrica de gás na França foi terrorista, diz François Hollande

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Publicado Sexta, 26 de Junho de 2015 às 06:27, por: CdB
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Dois homens invadem fábrica de gás a provocam várias explosões em Saint-Quentin-Fallavier, perto de Lyon. Corpo decapitado e com inscrições em árabe é encontrado no local
  O presidente francês, François Hollande, afirmou em Bruxelas que não há dúvidas de que o ataque a uma fábrica de gás no leste da França, nesta sexta-feira, foi terrorista. "A intenção era, sem dúvida, causar uma explosão. Foi um ataque terrorista", disse. Segundo a polícia francesa, por volta das 10h (horário local) dois suspeitos entraram com um veículo na fábrica Air Products, que fica na cidade de Saint-Quentin-Fallavier, próximo a Lyon, e provocaram uma explosão. Duas pessoas ficaram feridas, disse Hollande. Um suspeito foi preso e identificado. Ele já era conhecido da polícia. Um corpo decapitado foi encontrado próximo ao local. Na cabeça, há inscrições em árabe. Investigadores também recolheram uma suposta bandeira islâmica. A identidade da vítima não está clara, mas a imprensa francesa disse se tratar do gerente de uma empresa de transporte local que se encontrava ali para uma entrega. - O ataque foi de natureza terrorista uma vez que o corpo foi descoberto decapitado e com inscrições - declarou Hollande. "Não foi uma fatalidade." O presidente francês deixou a reunião de chefes de Estado e de governo dos 28 países-membros da União Europeia (UE) para retornar à França e acompanhar as investigações. O ministro do Interior da França, Bernard Cazeneuve, disse que o suspeito detido foi investigado em 2006 e que a investigação foi arquivada em 2008. "Ele não tinha ficha criminal." Cazeneuve disse que o suspeito tinha ligações com o movimento salafista, mas não havia sinais de participação em atividades terroristas. A polícia está analisando as inscrições em árabe na cabeça e na bandeira. As investigações estão sendo conduzidas pela seção antiterrorista da procuradoria francesa. Cazeneuve disse que o governo francês "tem tomado todas as medidas possíveis para proteger os franceses." O primeiro-ministro do país, Manuel Valls, ordenou o reforço da segurança em "locais sensíveis" perto da fábrica de gás. Hollande disse que vai se reunir com as autoridades e "tomar as medidas necessárias". - Precisamos demonstrar solidariedade com as vítimas - afirmou Hollande, ressaltando que os líderes europeus presentes em Bruxelas demonstraram sensibilidade. "Não apenas o nosso país está sujeito a ataques terroristas." O ataque ocorre seis meses depois de 17 pessoas terem sido mortas numa série de atentados em janeiro nos arredores de Paris e na capital francesa, onde foram mortos editores e outros funcionários do jornal satírico Charlie Hebdo. Sem registros criminais O homem preso suspeito de realizar um ataque islâmico na França foi identificado como Yassin Sahli e não possui registros criminais, mas esteva sob observação como possível radicalizado, disse o ministro do Interior francês, Bernard Cazeneuve, nesta sexta-feira. - Esta pessoa era tema de um arquivo "S" ("segurança") por radicalização em 2006, que não foi renovado em 2008. Ele não possui registros criminais - disse Cazeneuve a jornalistas no local do ataque. O ministro acrescentou que a polícia deteve outros possíveis cúmplices. A mídia francesa disse que Sahli é um motorista profissional de 35 anos que vive no subúrbio de Lyon. Não houve confirmação oficial da informação. O atentado enfatizou mais uma vez a dificuldade que as autoridades da Europa e de outras localidades têm para proteger os assim chamados alvos “fáceis” de ataques de agressores que operam por conta própria ou em pequenas células secretas. Pelo menos 27 pessoas foram mortas em um atentado também nesta sexta-feira em um hotel da Tunúsia. Mais cedo, fontes da polícia afirmaram que uma bandeira com inscrições islâmicas foi encontrada junto ao corpo decapitado. O jornal local Le Dauphine declarou que a cabeça, coberta de palavras em árabe, foi encontrada em uma cerca.
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