Rio de Janeiro, 22 de Dezembro de 2024

Arábia Saudita avalia as próprias opções nucleares

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Terça, 21 de Julho de 2015 às 09:37, por: CdB
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Analistas que acompanham a Arábia Saudita estão divididos quanto à possibilidade de o país representar um verdadeiro risco de proliferação
  Uma reação provável da Arábia Saudita ao acordo que o Irã, seu maior inimigo, firmou com potências mundiais é acelerar seu próprio programa nuclear, criando uma infraestrutura atômica que um dia poderia decidir usar em armas. Mas, embora o país tenha adotado medidas para aprimorar seu programa nuclear recentemente, especialistas dizem não haver certeza de que os sauditas poderiam de fato construir uma bomba atômica em segredo ou suportar a pressão política que enfrentariam se tais planos viessem à tona. - Acho que a Arábia Saudita tentaria seriamente conseguir a bomba se o Irã o fizesse. É como Índia e Paquistão. Os paquistaneses passaram anos dizendo que não queriam uma, mas quando a Índia a obteve, eles também - afirmou Jamal Khashoggi, diretor de um canal de televisão saudita de propriedade de um príncipe. O reino conservador está envolvido em uma disputa de poder com o país persa que se espalha pela região e teme que o acordo sobre o programa nuclear do Irã libere o governo de Teerã da pressão e das sanções internacionais, o que lhe daria mais chance de apoiar aliados em guerras regionais. Até agora sua resposta tem sido elogios públicos mornos ao pacto, somadas a críticas nos bastidores, uma reação que vem na esteira de um tratamento mais agressivo ao Irã que fica evidente em sua guerra com aliados de Teerã no Iêmen e à maior ajuda aos rebeldes sírios. Entretanto, alguns sauditas próximos da família real também alertaram que, se o Irã ainda assim conseguir usar seu programa nuclear para fabricar armas, o reino terá que seguir o mesmo caminho, apesar do custo de se tornar um Estado pária e romper os laços com os Estados Unidos. Analistas que acompanham a Arábia Saudita estão divididos quanto à possibilidade de o país representar um verdadeiro risco de proliferação, dada sua postura recente mais enfática em relação aos EUA e à questão de vida e morte que enxerga em sua disputa com Teerã, ou estar blefando.
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