Estratégia da organização Deutsche Aids Hilfe é fazer com que todas as pessoas infectadas saibam desde cedo que têm o vírus para poder receber o tratamento adequado
Por Redação, com DW - de Berlim:
Uma campanha iniciada em Berlim na semana passada pretende erradicar a aids na Alemanha nos próximos três anos. A estratégia da Deutsche Aids Hilfe, organização que oferece serviço de apoio a soropositivos, é fazer com que todas as pessoas infectadas saibam desde cedo que têm o vírus HIV para poder receber o tratamento adequado.
Com o lema "Kein Aids für alle" ("Nada de aids para todos", em tradução livre). O objetivo é que não haja mais novos casos da doença a partir de 2020. Embora o prazo antecipe em 10 anos a meta da ONU (Organização das Nações Unidas). A organização avalia que as chances são boas, pois o número de novas infecções é baixo e o sistema de saúde da Alemanha é capaz de arcar com os custos dos medicamentos.
– Não se pode aceitar que pessoas adquiram uma doença potencialmente fatal que há muito pode ser evitada – disse Manuel Izdebski, diretor da Deutsche Aids Hilfe.
Quando diagnosticadas e tratadas a tempo, infecções com HIV não evoluem mais para a aids e viram uma doença crônica. Ao mesmo tempo, os medicamentos impedem que o HIV seja repassado adiante. Ainda assim, mais de mil pessoas se infectam com HIV na Alemanha todos os anos. Estima-se que 460 morreram de aids no país em 2015.
Testes de HIV
Entre as razões que desencorajam a realização de testes de HIV está, segundo Izdebski. O medo de um resultado positivo, pois muitos não sabem que soropositivos podem viver uma vida normal. Ele também listou o receio de ser discriminado e o sentimento de culpa como principais motivos que demovem as pessoas de um exame. Além daqueles que não o fazem simplesmente por não se enquadrarem nos chamados grupos de risco.
De acordo com estimativas do Instituto Robert Koch, de um total de 84, 7 mil infectados na Alemanha. Cerca de 12,6 mil vivem sem saber que têm o vírus. Desses, a maioria é de homens homossexuais. Mas homens e mulheres, tanto bi quanto heterossexuais, também são afetados. Segundo o instituto, cerca de 3,9 mil pessoas foram diagnosticadas com o vírus em 2015, sendo que em 1, 2 mil casos o contágio aconteceu há vários anos.