Rio de Janeiro, 05 de Janeiro de 2025

Ucrânia fecha última torneira do gás russo para a Europa

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Quarta, 01 de Janeiro de 2025 às 19:06, por: CdB

O comunicado da GazProm também assegura que seu departamento jurídico realizou esforços junto ao governo liderado por Volodymyr Zelensky para renovar os contratos antes do final do ano, mas que teria havido resistência por parte da Naftogaz e do Ministério de Energia de Kiev.

Por Redação, com Sputnik – de Moscou

A empresa estatal russa GazProm, uma das maiores fornecedoras de gás para o continente europeu, anunciou nesta quarta-feira que está interrompido, definitivamente, o fluxo através dos gasodutos que atravessam o território da Ucrânia. Apesar da guerra entre Kiev e Moscou iniciada em fevereiro de 2022, a companhia manteve o fornecimento através dos gasodutos ucranianos, respeitando contratos com a estatal ucraniana Naftogaz, responsável por administrar o trânsito do gás russo pelo país e por cobrar royalties por essa atividade. Esses acordos estavam vigentes há mais de uma década, mas sua validade terminou no último dia de 2024 e não foi renovada.

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A GazProm é a maior produtora de gás natural, na Rússia

O comunicado da GazProm também assegura que seu departamento jurídico realizou esforços junto ao governo liderado por Volodymyr Zelensky para renovar os contratos antes do final do ano, mas que teria havido resistência por parte da Naftogaz e do Ministério de Energia de Kiev.

“Devido às repetidas recusas claramente expressadas pela parte ucraniana em renovar estes acordos, nossa empresa está privada da capacidade técnica e jurídica para fornecer gás para trânsito pelo território da Ucrânia a partir do primeiro dia de janeiro de 2025”, afirma o comunicado da empresa, que tem 50,23% da sua propriedade em mãos do Estado russo.

 

Interesses

Por sua parte, o Ministério da Energia ucraniano descreveu a cessação do fornecimento de gás como um “evento histórico”, e que a decisão adotada pelo governo do país visou “a defesa dos interesses e da segurança nacional”. Em entrevista coletiva concedida no domingo, o presidente russo, Vladimir Putin, disse achar “curiosa” a estratégia ucraniana neste caso, argumentando que “Kiev recebe entre US$ 700 e 800 milhões por ano, pelo trânsito do gás russo em seu território”.

Putin afirmou, ainda, que “Kiev se equivoca se acha que sua postura prejudicará a GazProm”, e fez alusões às sanções econômicas com as que Moscou convive desde o início da guerra contra a Ucrânia, ao dizer que “ela (GazProm) vai sobreviver a isso (corte do fornecimento à Europa), assim como nós (economia russa) tem sobrevivido, surpreendendo aqueles que esperavam outras consequências”.

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