Embora a produção nacional tenha alcançado um recorde em 2024, com crescimento de 10% em relação ao ano anterior, o aumento dos preços não foi contido.
Por Redação, com ACS – de São Paulo
O ovo de galinha vem registrando sucessivos aumentos de preço. Somente em março, a alta foi de 13,13%, segundo dados do IPCA. A valorização é reflexo de fatores sazonais, condições climáticas adversas, crescimento da demanda e elevação nos custos de insumos como milho e farelo de soja — combinação que tem pressionado diretamente o setor de alimentação fora de casa.

Embora a produção nacional tenha alcançado um recorde em 2024, com crescimento de 10% em relação ao ano anterior, o aumento dos preços não foi contido. No quarto trimestre, a produção chegou a 1,2 bilhão de dúzias, o maior volume trimestral da série histórica do IBGE. Ainda assim, o impacto dos custos, somado ao aumento das exportações, sustenta a tendência de encarecimento.
— A alta no preço dos ovos afeta especialmente os pequenos negócios, que são a maioria no setor. Cerca de 85% dos estabelecimentos de alimentação fora do lar no Brasil são de pequeno porte, com estrutura enxuta e margem apertada. Para esses empreendedores, oscilações de custo como essa comprometem diretamente a sustentabilidade do negócio — afirma Paulo Solmucci, presidente da Abrasel.
Desafio
Estabelecimentos de alimentação fora de casa que dependem do ovo em suas receitas estão entre os mais vulneráveis à escalada de preços. É o caso da confeitaria Bons Suspiros por Ana Salvá, em Cuiabá (MT), cuja produção exige grandes quantidades de claras.
— Não existe a possibilidade de substituir o ovo nas minhas receitas, e isso faz com que a nossa margem, que já é apertada, fique ainda menor — reclama Salvá, que ainda não conseguiu repassar o aumento dos custos para o produto.