Em coletiva de imprensa realizada nesta segunda-feira, a diretora do Instituto-Geral de Perícias (IGP), Marguet Mittman, informou que foram encontradas ‘concentrações altíssimas’ de arsênio nas vítimas.
Por Redação, com CartaCapital – de Brasília
A Polícia Civil confirmou que o envenenamento por arsênio foi a causa da morte de três pessoas da mesma família após comerem um bolo em Torres, no litoral do Rio Grande do Sul. O caso aconteceu em 23 de dezembro de 2024.
Em coletiva de imprensa realizada nesta segunda-feira, a diretora do Instituto-Geral de Perícias (IGP), Marguet Mittman, informou que foram encontradas ‘concentrações altíssimas’ de arsênio nas vítimas.
– Foram identificadas concentrações altíssimas de arsênio nas três vítimas. Tão elevadas que são tóxicas e letais. Para se ter ideia, 35 microgramas já são suficientes para causar a morte de uma pessoa. Em uma das vítimas, havia concentração 350 vezes maior – esclareceu a especialista, que ainda confirmou que as concentrações também foram identificadas no bolo, o que mostra que o elemento químico foi utilizado na receita do bolo. A fonte da contaminação foi a farinha usada para fazer o bolo consumido pelas vítimas.
Suspeita pelo crime
Os agentes também confirmaram a prisão de uma suspeita pelo crime, que seria a nora da mulher responsável por preparar o bolo. Segundo informações do portal G1, a suspeita identificada como Deise Moura dos Anjos está detida no Presídio Estadual Feminino de Torres e responde por suspeita de triplo homicídio duplamente qualificado por motivo fútil e com emprego de veneno e tripla tentativa de homicídio duplamente qualificada.
Ainda durante a coletiva, o delegado Marcus Vinícius Veloso, responsável pela investigação, afirmou que são ‘robustas as provas’ de que a suspeita foi a autora do crime. A Polícia ainda investiga quem era o alvo de Deise ao envenenar o bolo, como ela obteve arsênio e em que momento ele foi colocado na farinha. Há expectativa de que as questões sejam esclarecidas a partir de uma oitiva que será realizada com a suspeita.
As vítimas fatais após ingerirem o bolo são as irmãs Neuza Denize Silva dos Anjos e Maida Berenice Flores da Silva e a filha de Neuza, Tatiana Denize Silva dos Anjos. Das sete pessoas que estavam reunidas apenas uma não ingeriu o alimento. Outras três foram hospitalizadas, entre elas a mulher que preparou o bolo, Zeli dos Anjos, de 60 anos, que segue hospitalizada em estado estável e uma criança de 10 anos que recebeu alta na última sexta-feira.