Além do presidente francês, François Hollande, e altos funcionários dos EUA e Reino Unido, líderes de diversos países africanos procuram em Abuja formas de combate ao grupo terrorista islâmico
Por Redação, com DW - de Abuja:
Encontro na capital da Nigéria, Abuja, reuniu neste sábado líderes do Benin, Camarões, Chade, Níger e Nigéria, além do presidente francês, François Hollande, do vice-secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, e do ministro do Exterior britânico, Philip Hammond, para discutir formas de combater o grupo extremista islâmico Boko Haram, passados quase sete anos de conflito.
Também foram convidadas delegações de blocos de países da África Ocidental e Central, como também da União Europeia. A presença do presidente Hollande na cúpula reflete o tradicional interesse de Paris em suas antigas colônias vizinhas da Nigéria, com que a França fechou, recentemente, um acordo de cooperação militar mais estreita.
Neste sábado, Hollande declarou em Abuja que o Boko Haram "ainda é uma ameaça", apesar das significativas vitórias contra o grupo terrorista.
Por volta de 20 mil pessoas morreram e 2,1 milhão tiveram de deixar suas casas devido à insurgência do grupo radical, que tenta criar um Estado islâmico na região.
A cúpula na Nigéria é a segunda reunião de alto escalão na sequência de um primeiro encontro em Paris, há dois anos, para discutir estratégias contra o grupo.
Combater crise humanitária
Entre os temas a ser discutidos no encontro organizado pelo presidente nigeriano, Muhammadu Buhari, está a implantação formal de uma força regional de 8.500 homens, incluindo soldados da Nigéria, Benin, Camarões, Chade e Níger.
A princípio, planejava-se que tropa apoiada pela União Africana iniciasse o combate ao Boko Haram em julho do ano passado.
O foco da reunião também está no alívio às consequências humanitárias do conflito, sendo o estado de Borno, no nordeste da Nigéria, o mais afetado da região. Ali, o governo falou de uma "crise alimentar" entre os deslocados. As autoridades locais calculam que são necessários 5,9 bilhões de dólares para reconstruir a infraestrutura abalada pela violência.
Buhari havia prometido derrotar o Boko Haram antes do fim de seu primeiro ano de mandato, mas faltando apenas um mês para terminar esse prazo, sua promessa parece ter sido demasiadamente otimista. No entanto, militares nigerianos afirmam que o grupo já conseguiu ser isolado em grande parte, com dezenas de combatentes se rendendo devido à escassez de comida e munição.
Na sexta-feira, o vice-secretário de Estado americano Blinken afirmou em Abuja que Washington ainda não considera que o Boko Haram tenha sido derrotado, mas avalia que o grupo foi "degradado".
Até agora, operações militares contra o grupo radical islâmico têm sido dificultadas pela falta de coordenação entre os Exércitos que operam nas áreas fronteiriças ao redor do Lago Chade, região de atuação do Boko Haram. O extenso lago forma a fronteira entre a Nigéria, Camarões, Chade e Níger.
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